A vida é tão curta para não ser vivida com intensidade

De repente são 6 horas. Hora de terminar de engolir o café da manhã para correr para o trabalho. Beijo no marido? Mesmo que seja aquele selinho que mal encosta os lábios, não dá mais tempo. Praticamente, só temos contato no fim de semana, isso quando ele não sai para beber com os amigos. Filhos? Não tive tempo de planejá-los, pois eu teria que abrir mão da promoção que recebi recentemente no trabalho e das viagens nas férias.

Já são 7h e 05 minutos, acabei de chegar no trabalho, o trânsito estava um caos, mas como assisti a uma palestra recentemente da monja Coen, procurei realizar a técnica de respiração para me acalmar um pouco. Até que deu certo. Durante todo o dia é aquela correria, cliente ligando e chefe cobrando, mal dá tempo para almoçar. Como um Fast-Food e permaneço no trabalho até às 20h. Chego em casa, caio no sofá da sala e ligo para a pizzaria mais próxima. Enquanto aguardo, continuo inerte no sofá, apenas passando o dedo na tela do celular, olhando minhas redes sociais. Quando olho no relógio, já são 22h, minhas pálpebras não aguentaram e tiveram vida própria, fecharam-se. Torno às 23h com Alfredo me chamando para ir deitar na cama. Eu obedeço. Nem noto a hora que ele foi me fazer companhia. Isso já está virando uma rotina. Há 5 anos que nosso casamento já não está tão sólido. Eu evito as discussões. Na verdade, ultimamente estamos evitando um ao outro. Já são 2 da manhã e ele ainda está corrigindo provas, e, nesse momento, eu fico pensando na vida. Como ela passa rápido e, às vezes, nem notamos. Não damos valor às coisas simples da vida, à família, aos amigos, ao casamento... sequer reflito sobre o meu emprego. Tudo isso para quê? Vale a pena ?

Eita... Já são 6 horas !

Berlandia Paiva
Enviado por Berlandia Paiva em 13/01/2020
Reeditado em 13/01/2020
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