O cinzel e a pedra

Era dezembro, o último mês do ano; apreensivo, joão estava, em suspense, diante das incertezas e da obscuridade de seu futuro.

Ansioso, joão preocupava-se com a falta de conhecimento e com o que a ignorância lhe acarretaria. Ele, a partir daquele dia, viveria uma nova fase, seria um novo homem, e, por isso , sabia que precisava produzir conhecimento, e, assim, retribuir e coexistir.

Em um belo uniforme, enfim, concluía aquela etapa, joão preparava-se para o grande dia, era o fim de uma etapa difícil para o início de outra, com certeza, mais emocionante.

Os convidados chegavam de vários lugares da cidade, eles vinham de outras cidades, também, os fotógrafos se posicionavam em busca do melhor ângulo; em alguns minutos, o momento, mais, esperado, o desfile, a apresentação pública de todos os formandos.

Em destaque, o corneteiro, o seu poder de reunir, de perfilar, de alinhar e de deslocar todas aquelas vidas, todas aquelas almas, que, ali , estavam perfiladas para o desfile.

João, o jovem que pensava em suas responsabilidades futuras, não podia cantar vitória, afinal, havia muito o que fazer.

O dia era de reflexão, joão, como, tantos, outros, precisaria, daquele dia para frente, manter a proficiência, a competência, mas, sentia-se, apenas, mais uma "pedra bruta", na qual, ainda, não se vê os, possíveis, detalhes; despreparado, joão via-se como uma pedra na imperfeição, sem jeito, sem condição, ainda, em lapidadação.

João sabia que, era imprescindível, haveria de se deixar talhar, de se deixar esculpir; essa seria a condição, sem a qual, a vida e os seus formões e cinzeis não cumpririam a sua sagrada tarefa de lhe inserir os entalhes e detalhes que revelariam o que, de fato, está em todos nós, em nosso íntimo.

João sabia que o trabalho estava, apenas, no início, haveria de aproveitar o tempo, haveria de estar pronto porque o dia da prestação de exclarecimentos, de assumir suas responsabilidades viria.

Seguiu-se, então, o desfile de harmonia, de sincronismo, de disciplina; e, de cabeça erguida, visando o futuro, os formandos, os familiares e convidados envolvidos pelas emoções que compensou a luta e fez valer a pena vencer todas as dificuldades, se viam esperançosos.

Passados os anos, hoje, apesar dos títulos, diplomas, certificados, a luta continua, joão, o aprendiz, ainda, segue, a sua jornada, humilde, nessa luta, interminável, entre o cinzel e a pedra.

Jorge Santana
Enviado por Jorge Santana em 10/02/2020
Reeditado em 27/03/2020
Código do texto: T6863151
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