O Advogado da Reitoria

Me surpreendi quando cheguei a entrada do RU da Reitoria e vi as escadarias vazias e a porta de entrada fechada. Puxei a maçaneta com a convicção de um cristão do século XXI: ainda não estavam servindo evidentemente. Uma voz comentou atrás de mim:

- Só abrem cinco e meia.

Era uma figura que eu havia desviado para acessar a porta. Ele estava de pé no primeiro degrau da escada, pés paralelos, pasta na mão e guarda-chuva debaixo do braço. Me afastei para apoiar as costas na parede ao lado.

Suas roupas eram monótonas e um tanto feias. Terno típico da classe. Mas imagino que haja um certo glamour em se vestir e estar pronto para ir a um casamento ou fazer um freela de segurança. Os cabelos loiros refletiam a rigidez germânica. Uma fila se formou e começou a chuviscar, mas a parede estava confortável, então permaneci.

O advogado se sentou no final do refeitório e comeu rápido: tempo é dinheiro, cachorra. Ele parecia um tipo que lamentava o fechamento da Shed, onde ele ia com a rapêize gastar o dinheiro dos pais, que moravam no interior, e pegar menores de idade. Mas que também já tinha dedado uma graduanda de sociologia com calça xadrez no bec.