Quando Chegarás o Terceiro?

Nas cadeiras da sala de reuniões da Academia Araçatubense de Letras (A.A.L) estão Callum e Lauren, logo eles entreolham-se, mas, as atenções estão voltadas as paredes com imagens da artista plástica Márcia Porto.

Dela, os dois notam surgir todas as escolas literárias, cada uma das figuras temporais, também dialogam com os prêmios da instituição literária, da qual, a anos perfaz sólidas construções da arte em Araçatuba.

Callum, homem de meia-idade, acostumado a lidar com a aspereza das suas incertezas, quanto ao seu destino, nas searas literárias, vendo o brilho nos olhos da jovem a sua frente, a cumprimenta.

Ela, olhar determinante a jorrar uma verve latente de rebeldia, na forma de se postar frente ao estado de coisas do mundo, apresenta-se como Lauren e ela se dispõe a dar ouvidos a Callum pelo tempo antes de a Reunião do Grupo Experimental (G.E) ter início.

Lauren com brilho estonteante repleta do desejo de compreender um pouco mais a dimensão da poesia com Callum, dialoga, o quê é ser poeta?

Penso, "o poeta poema aquilo que está na sua alma, uma única palavra ao adentrar o seu dia, pode ser o incentivo preciso para navegar nos sentimentos das poesias, sendo o poeta e a poesia, uma extensão de si", inicia, Lauren.

Querida Lauren, "a poesia anda pelos becos, está na luz do farol, nas serras Mantiqueiras, no ponto de ônibus de gente simples e a poesia, está até mesmo nas instruções da escola e nos grupos de poetas e escritores como este, no qual, hoje, somos e faremos parte", responde Callum.

Os cabelos cuidados de Lauren dão o tom de um novo sol na ante sala da Academia Araçatubense de Letras, as suas mãos caem levemente sobre os joelhos cobertos por uma calças, jeans a salientar, as suas pernas brancas e bem torneadas.

Olho no olho, "poemar é viver em laços de um tempo, a observar a poesia, quem há observa, vive a vida com mais sentidos, pois, ela, sempre presente e pronta nos leva ao êxtase e também a inquietude das relações sociais, quer sejam, nas relações individuais como nas coletivas", diz, Callum.

Cabe a nós, percebermos "os poetas são os construtores de vinhas e delas, emanam realidades, sejam elas reais ou abstratas e a eles cabem os suores cotidianos com seus cheiros, onde suas rosas preenchem os vazios, a tocar as diversidades das mais variáveis e variadas vicissitudes humanas itinerantes", dialoga Lauren.

Vamos além, no cotidiano, sob o manto do fazer da escrita, dela ser e a ela se aperceber como parte da alma do poeta, "quando bendizemos os pássaros em seu canto e nele vemos a palavra doce do não me diga, as vestes dessas letras, também são reencontros e neste ir e vir, aos poetas sobram as asas intensas de o eterno sonhar o mundo das palavras, sempre dinâmicas aos olhos de todos", acrescenta, Callum.

"Estamos em um Grupo Experimental, viver é um ato de experiências, para fazer surgir uma poesia, um poeta poema aquilo vindo da sua alma e como um bom observador, sabe ler os caminhos postos, a nos dispor, os predispostos traços de sua felicidade, do amor, da tristeza a acariciar o calor do a posteriori", esclarece, Lauren.

Devemos saber, sendo parte do Grupo Experimental, ou andando pelas veredas da cidade de Araçatuba, os poetas nunca morrem, apenas vão à viagens além corpos e neste dia, apenas deixam de engravidar as folhas", pauta Callum.

Callum pega nas mãos de Lauren, ambos, chegam a uma conclusão, "somos um Grupo Experimental e cada gota de letra no papel, o poeta poente poema a poesia. E eles...Poetas, ah! Poetas, dum lado ao outro das linhas do horizonte, nas águas profundas da percepção sempre navegam e serão navegados".

Eric Costa e Silva
Enviado por Eric Costa e Silva em 24/03/2020
Código do texto: T6896244
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