DIAS D’ÁVILA – ZÉ BARRUNCHA APARTANDO A BRIGA

Forçando a memória já enfraquecida pelos anos, para falar da existência ou não de Racismo na nossa cidade, lembrei-me do negão, Zé Barruncha, que começou vendendo farinha no Mercado Municipal e depois se revelou um excelente Mestre de Obras. Evangélico há muito tempo, Zé Barruncha é um dos Fundadores de uma igreja no Parque Petrópolis (antiga Vila Garrancho), do lado esquerdo de quem vai na Direção da Nova, um pouco mais à frente da casa de Louro de Abinal. Parece que é a Igreja Deus é Amor.

Morador antigo do Bairro do Genaro, lá no fim de linha, perto da casa de D. Maria e João Amâncio, ambos Falecidos. Boa gente, Zé Barruncha era e é amigo de todos os vizinhos, que são para ele parte da própria família. Na porta da sua casa, sempre se via uma Brasília velha, que era um dos seus patrimônios de estimação.

Num domingo de manhã Zé acorda ouvido o barulho que vinha da rua e saiu para ver do que se tratava. Deparou-se com uma confusão que envolvia alguns dos seus estimados vizinhos. Não contou história e correu para a rua na tentativa de evitar o pior, mas, por mais que se esforçasse para apartar, a briga só crescia de tamanho. Até que os vizinhos começaram a trocar murros, ponta-pés, pauladas, e e era palavrão pra todo lado. Zé corria daqui, corria dali e não conseguia serenar o ânimo daquela gente. Parecia que a coisa ia ficar feia, quando alguns dos revoltosos corria para casa para pegar seu facão, a faca de cozinha e aí é que ocorreu a ideia.

A essa altura a rua estava infestada de tantos brigões. Zé Barruncha não pensou duas vezes. Entrou na Brasília velha e acelerou pra cima do povo brigão. Foi gente caindo pra todo lado.

Pronto! Foi gente quebrada, gemendo, chorando, que fazia dó. E Zé, mais calmo por ter conseguido encerrar a briga, pediu ajuda aos brigões que não haviam sido atingidos, para ajudá-lo a colocar os feridos dentro da Brasília, levando todo mundo para o posto médico. Naquele tempo não havia UPA, Hospital nada. Muitas das nossa crianças nasciam numa Maternidade em , com as mães tendo sido levadas por Jair Felisbino, grande figura!

É a nossa saudosa Dias d’Ávila do Cachorro Morto, Da Vila Garrancho, da Rua do Açúcar, Rua do Futuro, dos Montegordeiros trazendo para a feira, Muqueca de Folha, da Padaria de Costa....

Meu pai Raimundo Tamburete, brincalhão como sempre foi, dizia que ninguém devia “comer pão de Costa”.

Justino Francisco dos Santos

Escritos. Em 06.05.2020

Justino Francisco
Enviado por Justino Francisco em 06/05/2020
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