A COMILANÇA (humor/reflexão)
Eustáquio era um bon vivant , um bom garfo, mas, sua mulher Marta diria que ele era um bom faqueiro inteiro, como era guloso aquela criatura. Seu café da manhã era um banquete de colesterol, salsichas, ovos fritos, presunto, pão, muita manteiga, café com leite, iogurte, bolo e finalizava com aipim cozido e bananas.
Trabalhava no próprio bar na porta de sua casa e beliscava uns torresminhos para aguardar a hora do almoço. Quando esta hora chegava, vinha arrastando as suas hawaianas brancas se dizendo morto de fome, se esbaldava numa terrina com feijão com arroz e farofa de ovos com linguiça, mandava quase um frango inteiro para dentro, batatas fritas ficavam para o final, comia a salada com cara de fastio, mas, dizia que tinha deixado um espacinho para a sobremesa...aÍ se deliciava com uma lata inteira de goiabada com queijo, tomava refrigerante, pedia um café, depois de escovar os dentes tirava um cochilo de uns quarenta minutos, num ronco retumbante que estremecia as paredes. Acordava e pegando um pãozinho com queijo, voltava para o bar. Marta comentava com os filhos que não sabia como ele conseguia comer tanto, não engordar muito, nem passar mal. Seus filhos Jadel, Fernandinha e Verdana diziam que o pai tinha uma reserva matemática no estômago e sempre ficava um cantinho dentro dele, para um belisco rsss...
Eustáquio era um homem forte, trabalhador e muito simpático. Os frequentadores do bar gostavam muito dele e lhe eram fiéis, mas, também achavam que ele comia demais. Numa noite de Verão, quando todo mundo tem menos fome e está mais querendo uma saladinha, Eustáquio chega para jantar perguntando para Marta se havia feito a rabada que ele andava aguando. Os filhos que estavam estudando na sala riram a três por dois, a mãe tinha feito maionese, empadão de frango, arroz, feijão e de sobremesa abacaxi e melão fatiado bem geladinho. Eustáquio disse que ia morrer de fome daquele jeito. Tratou de pegar o pacote de farinha e ia misturando com o feijão, tacando azeite até ficar quase satisfeito, só então, partiu para os outros pratos, todos à mesa estavam de olhos esbugalhados, onde cabia tanta coisa. Eustáquio antes de dormir, tomou um banho, bebeu uma caneca de leite morno com chocolate, só pra finalizar e conseguir dormir bem, melhor dizendo, roncar beeeem alto, tadinha da Marta, o que o amor não faz!
Quando acordou Eustáquio disse que estava com pressa, pegou uma maçã e foi para o bar só com uma frutinha! Jadel e Verdana estavam boquiabertos, Marta com uma expressão indecifrável no rosto e Fernandinha só ria. O pai não veio na hora do almoço, gritou dizendo que estava cheio lá e depois precisava dar uma saída deixando seu funcionário 'o belo' José, tomando conta do bar. Marta estava encafifada. Logo os meninos chegariam do colégio, pôs a mesa e ficou imaginando o que andava acontecendo com seu glutão, enfim, era esperar quando ele viesse jantar aí saberia. Logo naquele dia que fizera uma quantidade enorme de rabada com agrião, batatas e angu, só pra fazer a vontade dele, ia ter que guardar pra ele.
Quando voltou à noite Eustáquio, disse que tinha resolvido alguns assuntos no banco, o que deixou Marta preocupada, será que estavam com problemas financeiros e ele não estava querendo dividir isso com ela? Quando fossem dormir iria conversar seriamente com ele. Eustáquio colocou um prato raso com um pouquinho de cada coisa à mesa, não comeu sobremesa e disse que iria dar uma volta, aí até Jadel, Verdana e Fernandinha ficaram preocupados, o pai só comera o necessário e nem procurou sobremesa, isso era de se estranhar e muito.
Marta colocou uma roupa e partiu atrás dele, precisava saber o que estava acontecendo, foi seguindo o marido à espreita como se fosse um detetive, mas, nada acontecia, Eustáquio só andava, andava, dando voltas no quarteirão, quando ele fez o retorno e parecia estar voltando pra casa, Marta acelerou o passo por uma ruazinha lateral para chegar antes dele. Ele chegou suado, procurando por água, simplesmente água e mal percebeu que a esposa e os filhos estavam na sala olhando atônitos para ele, aí Fernandinha não aguentou e perguntou.
- Pai, o que é que está acontecendo com você?
Ele respondeu
- Nada, nada, e foi tomar um banho.
Desta feita a família toda foi atrás dele, nada não meu marido falou Marta, você está agindo estranho demais e precisa nos explicar o que é que está havendo com você, uma mudança repentina destas tem que existir um motivo, falou rispidamente, mas, com amor e preocupação.
Eustáquio começou a chorar como criança, gritando.
- Eu explodi, eu explodi!
Ninguém entendeu nada e ainda se assustaram. Verdana a mais centrada da família perguntou.
- Pai você sonhou que estava explodindo? É isso?
Todos olharam para Eustáquio, que aos prantos repetia, eu comia, comia, comia, bebia, comia, comia, até que o meu corpo não aguentou e eu explodi, foi pedaço de mim banhando em gordura para todo o lado. De alguma forma eu fora do corpo via tudo isso acontecer e me afligia o desespero de vocês cobertos de partes de comida digerida e de mim, quase enlouqueci.
Então, acordei decidido a mudar os meus hábitos, só não tive coragem de falar com vocês sobre isso, o sonho foi assustador!
A família inteira, desprezando a cena chorosa, gargalhou intensamente, mas, percebendo que ele estava muito apavorado, correram pra ele e o abraçaram, enchendo Eustáquio de beijos e afagos. No dia seguinte, Marta iria com ele procurar um médico, já que resolveu fazer dieta e caminhadas, que fosse com o acompanhamento e as orientações devidas.
Comemoraram a volta da tranquilidade com uma bela taça de sorvete e foram dormir.
Que tenham leves e bons sonhos.
*Imagem - Fonte - Google
*cidadesnanet.com
Eustáquio era um bon vivant , um bom garfo, mas, sua mulher Marta diria que ele era um bom faqueiro inteiro, como era guloso aquela criatura. Seu café da manhã era um banquete de colesterol, salsichas, ovos fritos, presunto, pão, muita manteiga, café com leite, iogurte, bolo e finalizava com aipim cozido e bananas.
Trabalhava no próprio bar na porta de sua casa e beliscava uns torresminhos para aguardar a hora do almoço. Quando esta hora chegava, vinha arrastando as suas hawaianas brancas se dizendo morto de fome, se esbaldava numa terrina com feijão com arroz e farofa de ovos com linguiça, mandava quase um frango inteiro para dentro, batatas fritas ficavam para o final, comia a salada com cara de fastio, mas, dizia que tinha deixado um espacinho para a sobremesa...aÍ se deliciava com uma lata inteira de goiabada com queijo, tomava refrigerante, pedia um café, depois de escovar os dentes tirava um cochilo de uns quarenta minutos, num ronco retumbante que estremecia as paredes. Acordava e pegando um pãozinho com queijo, voltava para o bar. Marta comentava com os filhos que não sabia como ele conseguia comer tanto, não engordar muito, nem passar mal. Seus filhos Jadel, Fernandinha e Verdana diziam que o pai tinha uma reserva matemática no estômago e sempre ficava um cantinho dentro dele, para um belisco rsss...
Eustáquio era um homem forte, trabalhador e muito simpático. Os frequentadores do bar gostavam muito dele e lhe eram fiéis, mas, também achavam que ele comia demais. Numa noite de Verão, quando todo mundo tem menos fome e está mais querendo uma saladinha, Eustáquio chega para jantar perguntando para Marta se havia feito a rabada que ele andava aguando. Os filhos que estavam estudando na sala riram a três por dois, a mãe tinha feito maionese, empadão de frango, arroz, feijão e de sobremesa abacaxi e melão fatiado bem geladinho. Eustáquio disse que ia morrer de fome daquele jeito. Tratou de pegar o pacote de farinha e ia misturando com o feijão, tacando azeite até ficar quase satisfeito, só então, partiu para os outros pratos, todos à mesa estavam de olhos esbugalhados, onde cabia tanta coisa. Eustáquio antes de dormir, tomou um banho, bebeu uma caneca de leite morno com chocolate, só pra finalizar e conseguir dormir bem, melhor dizendo, roncar beeeem alto, tadinha da Marta, o que o amor não faz!
Quando acordou Eustáquio disse que estava com pressa, pegou uma maçã e foi para o bar só com uma frutinha! Jadel e Verdana estavam boquiabertos, Marta com uma expressão indecifrável no rosto e Fernandinha só ria. O pai não veio na hora do almoço, gritou dizendo que estava cheio lá e depois precisava dar uma saída deixando seu funcionário 'o belo' José, tomando conta do bar. Marta estava encafifada. Logo os meninos chegariam do colégio, pôs a mesa e ficou imaginando o que andava acontecendo com seu glutão, enfim, era esperar quando ele viesse jantar aí saberia. Logo naquele dia que fizera uma quantidade enorme de rabada com agrião, batatas e angu, só pra fazer a vontade dele, ia ter que guardar pra ele.
Quando voltou à noite Eustáquio, disse que tinha resolvido alguns assuntos no banco, o que deixou Marta preocupada, será que estavam com problemas financeiros e ele não estava querendo dividir isso com ela? Quando fossem dormir iria conversar seriamente com ele. Eustáquio colocou um prato raso com um pouquinho de cada coisa à mesa, não comeu sobremesa e disse que iria dar uma volta, aí até Jadel, Verdana e Fernandinha ficaram preocupados, o pai só comera o necessário e nem procurou sobremesa, isso era de se estranhar e muito.
Marta colocou uma roupa e partiu atrás dele, precisava saber o que estava acontecendo, foi seguindo o marido à espreita como se fosse um detetive, mas, nada acontecia, Eustáquio só andava, andava, dando voltas no quarteirão, quando ele fez o retorno e parecia estar voltando pra casa, Marta acelerou o passo por uma ruazinha lateral para chegar antes dele. Ele chegou suado, procurando por água, simplesmente água e mal percebeu que a esposa e os filhos estavam na sala olhando atônitos para ele, aí Fernandinha não aguentou e perguntou.
- Pai, o que é que está acontecendo com você?
Ele respondeu
- Nada, nada, e foi tomar um banho.
Desta feita a família toda foi atrás dele, nada não meu marido falou Marta, você está agindo estranho demais e precisa nos explicar o que é que está havendo com você, uma mudança repentina destas tem que existir um motivo, falou rispidamente, mas, com amor e preocupação.
Eustáquio começou a chorar como criança, gritando.
- Eu explodi, eu explodi!
Ninguém entendeu nada e ainda se assustaram. Verdana a mais centrada da família perguntou.
- Pai você sonhou que estava explodindo? É isso?
Todos olharam para Eustáquio, que aos prantos repetia, eu comia, comia, comia, bebia, comia, comia, até que o meu corpo não aguentou e eu explodi, foi pedaço de mim banhando em gordura para todo o lado. De alguma forma eu fora do corpo via tudo isso acontecer e me afligia o desespero de vocês cobertos de partes de comida digerida e de mim, quase enlouqueci.
Então, acordei decidido a mudar os meus hábitos, só não tive coragem de falar com vocês sobre isso, o sonho foi assustador!
A família inteira, desprezando a cena chorosa, gargalhou intensamente, mas, percebendo que ele estava muito apavorado, correram pra ele e o abraçaram, enchendo Eustáquio de beijos e afagos. No dia seguinte, Marta iria com ele procurar um médico, já que resolveu fazer dieta e caminhadas, que fosse com o acompanhamento e as orientações devidas.
Comemoraram a volta da tranquilidade com uma bela taça de sorvete e foram dormir.
Que tenham leves e bons sonhos.
*Imagem - Fonte - Google
*cidadesnanet.com