Vexame em Pau da Lima

A dona de casa Sueli dos Santos, residente na Rua dos Prazeres, 69, em Pau da Lima, Salvador, foi mais uma protagonistas de uma cena dantesca no bairro ao pegar carona em uma moto, pertencente a um elemento por nome Cleber.

Cleber se diz cunhado de Sueli e, aproveitando a ausência de Claudemiro, namorado da vítima, encenou um show de malabarismo no veiculo tendo na garupa a própria Sueli. Sem se importar com os olhares dos transeuntes, Sueli (que trajava um short curto para os padrões de Pau da Lima), empinou seu bumbum e, agarrando Cleber pela cintura, passou a desfilar pelas ruas do bairro causando inveja em um grupo de mulheres que estavam numa das esquinas. Todas acalentavam o sonho de um dia poder estar na garupa daquela moto.

Sueli passeava despreocupada. Cabelos ao vento e um semblante leve... solto (...) como se estivesse experimentando um instante de total liberdade. Em dado momento, sem que Cleber percebesse, um cachorro atravessa a pista e ocorre um pequeno desequilíbrio. Sueli não consegue se segurar e, utilizando as pernas como apoio, para evitar um tombo, queima uma das panturrilhas no escapamento do veiculo obrigando Cleber a estacionar em um passeio. Nesse momento, uma viatura da PM sai de uma esquina, contornando a praça e pára junto à moto. Um dos policiais desce do veiculo empunhando um revólver calibre 22 e, com cara de poucos amigos, pergunta com voz altiva, sem se dirigir a ninguém especificamente: -A quem pertence essa 'arabaca'? Nesse momento, um silêncio toma conta do bairro enquanto começa a juntar um aglomerado de curiosos. -Se não aparecer o dono vou rebocar pro pátio de DETRAN-, brada o insistente representante da Lei que não percebe (ou finge não ver) que há um casal junto à moto cuja mulher está ferida na perna. Nesse instante, uma mulher gorda que não quis se identificar quebra o silêncio falando a plenos pulmões: "Prende ela seu guarda. Essa mulher é uma safada!". Nesse momento, um bando de "piriguetes" que estava do outro lado da rua se junta à mulher gorda e começa a gritar palavras de ordem: "ABAIXO A TRAIRAGEM. FORA SUELI!!!"

Em dado momento, o policial se ver cercado, de um lado, por um grupo que defende a condenação de Sueli por estar praticando "pega" nas ruas do bairro; e, de outro, por aqueles que defendem a absolvição da vitima por entender que não houve nenhuma violação à ordem publica. O policial, acuado com tanta pressão, solicita o envio de reforço policial para conter a multidão. Imediatamente, chega um destacamento vindo de Cajazeiras XXI (um bairro vizinho) e, à frente, o tenente Santana comanda a tropa. Houve uma grande confusão até que o tenente conseguisse conter a manifestação. Um dos moradores, por nome Teobaldo, sugere levar a vitima para o HGE. Porem, uma outra mulher de prenome Zenilda empurra a multidão e agarra Teobaldo pelo braço gritando: "Se você triscar o dedo nessa mulher você não entra em casa hoje, seu infame!". Teobaldo, constrangido, sai de fininho aos gritos da multidão de "CHIFRUDO!! CHIFRUDO!!".

Depois de ouvir alguns moradores, o tenente Santana leva Sueli, Cleber e mais duas testemunhas para a delegacia.

O delegado Justinano Barbosa faz os procedimentos de praxe e deixa Sueli presa numa das celas da delegacia, intimando as testemunhas a retornarem no dia seguinte para depor.

Na manhã do dia seguinte (uma segunda-feira), Sueli não comparece ao trabalho, gerando preocupação em todos os seus colegas - principalmente Nilzete, sua chefa imediata. Ao receber a noticia da prisão de sua subordinada, Nilzete ruma para a delegacia juntamente com Dilma, dona Zezé e Andréa.

Durante o trajeto até a delegacia, as três colegas suavam em um ônibus lotado - não só de expectativa da chegada ao destino, mas também de calor devido à falta de ventilação num veiculo cujo número de passageiro era superior à sua capacidade. Durante o interrogatório das testemunhas, o delegado se surpreende com gritos de mulheres na sala ao lado. Subitamente, a porta se abre e três mulheres adentram a sala exigindo a libertação de Sueli.

Mega hair Assassino

O delegado Justiniano tentou usar da educação que lhe é habitual mas foi inútil pois as três senhoras estavam irredutíveis no proposito de libertar a ré.

Sem que o delegado esperasse, Andréa avançou sobre seu pescoço tentando força-lo a libertar Sueli. Num ímpeto, o delegado agarra Andréa pelos "cabelos" arrancando-lhe o mega hair e denunciando uma faceta que até então ninguém - nem mesmo Nilzete - conhecia: Andréa era careca!.

Atônito, olhos arregalados e uma expressão de pavor, o delegado começa a gritar pedindo socorro enquanto Dilma, de posse de um alicate de unha, domina o policial de plantão tomando-lhe as chaves da cela. Imediatamente, Nilzete, aproveitando-se do descuido de um sentinela aplica-lhe um golpe de capoeira (Nilzete é faixa preta em capoeira, adquirido numa academia do Lobato - Subúrbio ferroviário).

Numa ação espetacular, Sueli é libertada e conduzida na própria viatura da PM dirigida por Dilma, de volta ao Pau da Lima.

LOIRA DO TCHAN

Passaram-se alguns meses até que tudo voltasse à normalidade e a policia desse o caso como encerrado, quando Sueli surge novamente à vida pública e dessa vez utilizando um disfarce que enganaria o mais experiente dos detetives. De cabelos loiros e uma maquiagem que mais lembrava a atriz Cameron Diaz do filme "As panteras", Sueli surpreendeu a todos com seu novo look causando frisson na rua dos Prazeres.

Entretanto, o que se comentava era que a nova loira do Tchan sairia de Pau da Lima, causando o maior reboliço na comunidade e expectativa em Claudemiro que não via a hora de desfilar com a "loira" mais famosa do pedaço.

Niltonil
Enviado por Niltonil em 14/11/2020
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