Registros de quarentena
Era segunda-feira, de quarentena, ano COVID-19, mundo paralisado e ela também, com a notícia que o todo o planeta já vivenciava uma pandemia.
Só conhecia esse termo de livros de História e artigos que se dispôs a ler
no tempo que lhe foi cobrado,
Ela acabara de voltar de Paris e trouxe consigo a expectativa de outros momentos como aquele, porém, o desejo foi interrompido, por um vírus tão novo que ela mal sabia dizer seu nome, seu real nome.
Sentou-se a mesa, era a hora sagrada do café!
Sempre quente, como aprecia.
Ligou a TV e ali esfriou-se por dentro, tornando-se gélida com a notícia.
O que fazer agora? Que procedimentos tomar?
Máscaras? Álcool em gel? Sabão?
São tantas informações quanto o números de contaminados em tão pouco tempo.
Ela respirou fundo.
Olhou ao redor, tomou seu primeiro gole de café e tentou entender algumas coisas, as mínimas que lhe foram atribuídas para aquele instante. Ouviu o som do telefone!
Estaremos trabalhando em home office, era o conteúdo da mensagem.
Ela respirou fundo.
Olhou para o teto, contemplou seu café.
Tomou-o por inteiro, pois ali marcava então um processo que iria durar dias, meses, quem sabe anos. Ela não sabia de nada!
A incerteza tomou conta do seu momento.
Os dias foram passando e o que ela mantém de ritual é seu café, que alargou em mais períodos do dia.
Ah, ela sabe que para aguentar algumas intempéries da vida, o melhor mesmo é um café quente e forte.
Agora o que ela faz?
Espera com uma xícara de café o tempo passar...