Entre medos e palavras

Então, tendo a aula terminado, os amigos se sentaram no banco do pátio. Cayo sabia que Arthur passava por algo há muito tempo. Cabisbaixo, seu amigo parecia tentar organizar seus pensamentos. Parecia hesitante. Cayo sentia a aflição e logo falou:

-Arthur, não precisa mais disso cara, vamos tentar conversar sobre. Dói ver o que você está passando, mas o que mais é triste, é eu não ter falado antes. Sim cara, vi você construindo essa barreira. Sei que se abrir para outra pessoa é realmente intimidante. A intimidade é intimidante. Talvez você possa achar que se contasse a situação para mim, para outra pessoa qualquer, nada mudaria. A situação seria a mesma, e agora alguém saberia também, seria vergonhoso, humilhante.

Artur sentiu seus olhos arderem. Seu peito explodia, mas ele não queria que ninguém visse o quanto estava desesperado. Perdido. Uma lágrima escorreu em seu rosto. Rapidamente ele a enxugou. Respirou fundo e prendeu mais ainda tudo o que sentia.

- Está sendo difícil, Cayo. Eu realmente queria que alguém me ajudasse, sei lá, conseguisse ler meus pensamentos, porque explicar com palavras que poderiam não ser ditas nem compreendidas... Mano, eu não sei. De nada...

- Arthur, sabe o que é viver, cara? Viver é isso, é o dia a dia, um dia de cada vez. E na vida temos problemas? Claro. Mas voce é bem maior que isso. Saiba que você pode dividir comigo o que você precisar. Isso sim é passar a bola para frente. Clarear os pensamentos, partilhar algo e evitar que o problema se remoa em sua mente. Tira logo essa bola de neve que só cresce dentro de você. Estou contigo e quero te ver sorrir. Não fica assim sozinho, se o mundo anda pesado demais. Que seja leve o que vier, fique em PAZ!

Nana Campos e trecho final de marilia mendonca
Enviado por Nana Campos em 23/12/2020
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