NAS GARRAS DA COVIDE

De repente eu descobri que minha verdadeira identidade, estava oculta no meu trabalho exercido continuamente durante cinquenta um anos na atividade comercial e que sua data de validade, não estava determinada pelo tempo. E sim por minha convivência. No meu dia a dia, em contato com meus clientes. Inesperadamente eu a perdi. Fui surpreendido por um inimigo desconhecido que chegou com um poder gigantesco. Em silencio ele neutralizou todo o armamento bélico utilizado entre os inimigos destruidores de vidas. Construídos ao longo dos séculos pelos poderosos que disputam o poder, digladiando entre si, tentando colocar sua inteligência acima daquele que a eles a concedeu, Deus o nosso criador. Esquecerem que toda a obra de sua criação deveria ser voltada para o bem da humanidade. E que todo o poder vem de sua onipotência e bondade. Diante de tamanho abuso de poder, Deus mandou seu recado através deste maldito vírus batizado de novo corona vírus, atingindo a todos no mundo inteiro, sem exceção, culpado e inocente. Independente da raça cor ou qualquer posição sócia cultural ou econômica.
Invisível e com uma capacidade de reprodução incrível, este inimigo dominou o mundo inteiro, contaminando a todos desafiou a ciência dos homens os tornando inativos e colocando em cheque os poderosos. Sem opção perdemos a nossa liberdade, recolhidos em casa. Apegados ao materialismo muitos de nós se quer, tínhamos tempo para refletir, agora o tempo se tornou ocioso com esta quarentena. O que aliás não sei por que dizer quarentena já se passou os quarenta dias, vencemos outra de quatro meses, e se tivermos que tolerar quatro anos! Aja coração para suportar. O melhor que tenho a fazer é voltar no tempo e reviver as difíceis fases da vida que se tornaram tão belas e saudáveis diante desta pandemia destruidora de vidas e sonhos. Se compararmos a dor que nos assombra, causada por esta epidemia, pimenta nos olhos se torna um refresco. Nem me lembro com que idade eu comecei a trabalhar. Na lida do campo, noites geladas, pés descalços, calça curta, blusinha de uma flanela rala. Marcando o tempo pelos instrumentos da natureza o sol, a lua, astros e estrelas, as sombras e o vento. A meia noite o galo cantava, hora de o sertanejo atrelar os bois ao engenho para moer a cana, tanger os bois até o sol raiar foi meu dever, serviço que sempre foi atribuído a criança. Logo vinha a estrela d’alva, o galo amiudava seu canto e a madrugada ia colorindo a franja do infinito acima da linha no horizonte, com aurora cor de maçã. Quando raiava o sol empurrando a cortina branca da neblina, o cheiro do melado apurando em rapaduras se espalhava pelas redondezas esbranquiçadas pela geada. Eu então poderia aquecer nas fornalhas crepitantes que durante a madrugada, eu só pude contemplar caminhando em circulo no entorno do engenho

(OBS:Imagem Googlo)
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 23/02/2021
Reeditado em 23/02/2021
Código do texto: T7191042
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