*O encontro

O encontro

Creio que até o mais desafortunado dos homens teve, um dia, a possibilidade real de um encontro com uma supermulher, que lhe pudesse mudar, a seu tempo e a seu modo, a vida para melhor. Que lhe proporcionasse emoções, satisfações, dando-lhe novos ares e poderes até para transformar seu sorriso. Algumas dessas se enquadram no imponderável, nem projetando para três reencarnações.

Se tem um ser divino a quem serei eternamente grato é meu Anjo da Guarda. Descobri seu nome: Ariel ou Anjo do Senhor. Esse Anjo, por vezes, exagera na dose sem a menor cerimônia.

Atribuo a ele o meu constante e perene bom humor, mas em momentos isolados da vida - e talvez aconteça com todos - bate-me uma falta de não sei o quê, vindo não se sabe de onde, a mandado de não seu quem, que me deixa sorumbático.

Foi num desses instantes de estagnação, que ele colocou no meu caminho, nos dizeres de hoje, do nada, ou saído de um dos três céus possíveis, essa mulher maravilhosa.

Embora já tenha perdido seus modos de província, Aracaju ainda vai demorar para ser uma megametrópole. As pessoas ainda "se batem" nas ruas, se cruzam e se falam. De alguma forma, eu sou uma dessas pessoas conhecidas na cidade, muito embora não me ocorra a lembrança de já tê-la visto antes.

Marcamos um encontro para a manhã de um sábado, no centro de Aracaju.

Por esse tempo, eu trabalhava em Alagoinhas-BA. Retornava para casa na sexta-feira à tarde e o sábado era o único período livre para resolver minhas pendências aqui. Seria um encontro rápido, mesmo assim, eu sofro de ansiedade. Por isso, sou levado a crer que, nestes períodos, o deus Cronos tira férias no Olimpo, pois o relógio não anda.

Não será necessário pormenorizar seus dotes físicos, mas não posso olvidar outras características, até por homenagem à mulher brasileira: parece-me ter menos idade do que a experiência demonstrada. Elegante, gestos polidos, fluente sem afetação. Sem exagero, é o tipo de mulher que deixa qualquer homem de boca aberta, por mais calejado que ele seja.

Quando cheguei, ela já estava e o que mais me impressionou foi que ela me chamou pelo nome. Fomos direto ao assunto. Eu sou parcimonioso com as palavras, embora não seja tímido, mas confesso que, se não fosse por alguns gemidos meus, ainda que sutis, diria que fiquei calado o tempo todo. No final, cansado, com o coração quase saindo pela boca, paguei um preço justo e fui embora. Não deixamos de nós encontrar, sempre que se faz necessário.

Essa profissional competente, que me deixa, de quando em vez, boquiaberto com suas habilidades manuais, atende pelo nome de Dra. Cynthia Coelho e é... minha dentista.

Se você for lá no JFC Trade Center, duvido que também não se apaixone!...