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A superioridade que Salvador demonstra nada tem a ver com a conotação religiosa do seu nome. Anda pelas ruas com pose altiva e veste roupa de marca, manifestando tiques de riqueza material que em nada o valorizam, apenas fazem com que as pessoas vociferem entre-dentes o quão desprezível é aquela maneira de lidar com os outros.

Salvador vai entrar numa igreja, alguém gritará pelo seu nome, longe da vista, com o coração a saltar do peito. Salvador olhará para trás, sem perceber que à sua frente tem um degrau. A pessoa que o chama alegra-se, mas ele cairá, com estrondo, como se toda a sua altivez estivesse posta num mero degrau de uma igreja pequena.

Uma pequena multidão chegará perto de Salvador, mas ao verem quem é não demonstram misericórdia.

- Salvai-me que não me mexo! - grita Salvador assustado

Apenas um homem, de bengala e costas curvadas, se detém ao pé de Salvador  que precisa de ser salvo.

- Sabes quem sou eu?  - pergunta o homem encurvado sobre os seus ossos envelhecidos.

- As pessoas são más - diz Salvador repleto da parte final do seu nome

- Ainda assim sou eu quem te ajuda - e estendeu-lhe a mão

Salvo pelas dores,  que demoraram a passar, passou a dar outra importância às pessoas.

Hoje em dia sempre que passa na rua, distribui afecto pelas pessoas e vê-se no seu rosto a diferença, a alegria e, para todos, um bom dia!
Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 09/10/2021
Código do texto: T7359992
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