O bar do campista

O Bar da Campista

O bar do campista, como era mais conhecido como o bar do cabeleira e era o bar mais freqüentado pelos habitantes do bairro Roncalle.

Ele funcionava como ponto de encontro das pessoas, principalmente nos fins de semanas e como conseqüência, ficávamos sabendo de tudo que estava acontecendo no bairro, através do campista, o qual se tornara o fofoqueiro número um do bairro, porque o campista sabia de tudo que se passava na localidade.

Ele abria o bar por volta das sete da manhã e prestava atenção em tudo que se passava na rua.

Ele sabia de cor o dia de pagamento de todas as pessoas que freqüentavam o seu bar e havia um livro das pessoas que compravam e bebiam fiado, o qual as pessoas costumavam dizer que ele não vendia aquele livro por dinheiro nenhum.

O bar era cheio de normas, todos detestavam as normas, contudo, ninguém conseguia freqüentar outro bar.

O bar tinha uma espécie de imã que sempre fazia as pessoas voltarem lá.

Nele não era permitido, cantar, fazer qualquer espécie de batucada, fazer pagode ou qual quer ritmo musical.

No entanto, o campista colocava as melhores melodias dos anos 50, 60, 70, 80 e as pessoas navegam no tempo e tome bebida e tira gosto que os mesmos, ele não admitia que não fosse feito no seu bar.

Aí, já meios chumbados, as pessoas iam soltando a língua e as fofocas começavam...

Quando não eram as fofocas, vinham à baila as aventuras de cada um ou as histórias que o campista contava, como por exemplo, em um dia de sol muito quente ele e os amigos estavam jogando sueca na praia aí veio um tubarão branco e engoliu a todos com mesa e tudo.

Três meses depois pescadores em Santos pescaram o mesmo tubarão e quando abriram o ventre dele, lá estavam os quatro jogadores sentados tranqüilamente jogando uma partida da sueca.

O campista era assim desse jeito. Outra vez ele afirmou e apostou que um forasteiro entrou no bar, pediu uma cachaça e como tira-gosto comeu um copo de prego.

Uma vez o comentário estava versando sobre futebol e ele entrou na conversa e disse que em um jogo do americano, clube de Campos, no qual ele afirma que havia jogado, estava fazendo um jogo amistoso com a equipe dos Santos Futebol Clube e a partida se encontrava empatada, aí ele pegou uma bola no meio do campo passou entre as pernas do Clodoaldo, o qual foi um dos maiores meio campista do futebol brasileiro, deu um lençol no Pelé e fez um gol que até hoje as pessoas em campos perguntam como ele deu um lençol no Pelé?

Muitas e muitas histórias se ouviam no bar do campista, contudo a grande maioria delas era somente invencionices dos freqüentadores.

Farick