A DESPEDIDA

Tenho medo de um dia acordar sem saber onde estou, medo de me olhar no espelho já não me ver como sou, pois não é fácil seguir em frente quando há um passado bom, não é fácil te ver levantar ancora, mar a fora sem direção(...)

Queria ter velas maiores pra te acompanhar, queria quebrar a corrente que me prende a esse lugar, mas não posso embarcar num navio alheio, não posso navegar contra o meu vento, mesmo que ele te leve pra longe. Sozinho, estou como um dia a cigana previu, consolo águas tristes de saudade do marinheiro que partiu. Sou náufrago de mim mesmo a espera do sol poente chegar. aponto estrelas, faço mulheres na areia, conto às ondas que fogem da fúria do mar. Pobre sonhador é o que sou, afogado em sonhos vão, sou menino que recebe os barcos , quem os direciona, sou o dono do Porto Solidão.

Quando a noite chega, o canto da mãe d’água vem me consolar; Brilha sereia bela, que em oração vem me abençoar. Insistentemente, eu a peço que uma mensagem ao meu barco possa levar. Diga, que “ Eu vou ficar aqui, sentadinho no mesmo lugar, apontando estrelas, esperando ele voltar. Vou guardar os nossos tesouros, respeitar o nosso altar.Vou terminar os meus livros, vou parar de me pentear(...) Quando a empreitada acabar, direcione as velas ao sol poente, siga o seu coração, e em algumas luas seu barco encostará a areia do Porto solidão.

“Eu não sou daqui também, marinheiro, mas eu venho de longe. Do lado de trás da Terra, além da missão cumprida. Vim só dá ... Despedida” .(citacção do Marcelo Camelo)

JHNETO Nascimento
Enviado por JHNETO Nascimento em 15/11/2007
Código do texto: T738263
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