Máscaras & Máscaras...

O poético sol da manhã espia entre as nuvens e nesse jogo de se esconder & aparecer desabrocham as sombras de árvores, dos prédios e pessoas, enquanto na áspera calçada cinza à calada máscara preta permanece se recuperando da forte chuva da noite. Deixada a própria sorte, suas tirinhas afastadas e curvas lembram pernas, tentando correr da Pandemia...

No abandono e pausa do tecido de proteção, ainda há um sopro de vida, talvez, um sonho de se transformar em uma colorida e cintilante máscara de Carnaval em tons de lilás, deixando um rosto mais bonito e misterioso a destacar aquele olhar.

E nesse breve espaço de tempo, contido nas mensagens de uma imagem comum, mas mundialmente conhecida, a sombra de um homem se aproxima, porém a passos largos se distancia e, assim segue sua rotina. E ela, a imóvel ‘bailarina’, tecida por anônimas mãos, apenas senti e observa com seus marejados olhinhos, a sensação de ser descartável...

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