NÃO EXISTE VIDA VIRTUAL

 

 

Maria de Fatima Delfina de Moraes

 

 

Ontem ao assistir um programa com várias terapeutas falando do sentimento humano “pós-pandemia”, parei para refletir.

Diziam as psicólogas que os jovens e idosos estão buscando “no doutor Google” termos em psicologia para desenvolver a insensibilidade – como tornar-se uma pessoa fria.

A perda de entes próximos e amigos estão tornando crescentes as procuras por terapias online para lidar com as dores das perdas. Muito bom!

Será que tornar-se uma pessoa fria, irá realmente isolá-los de sofrimentos e decepções?

 

Cada ser é único, e o sentir é próprio de cada um.

Cada contexto e situação também são únicos.

 

Afirmaram ainda, que o aparecimento de variantes diversas do Covid têm deixado algumas pessoas em contínua situação de pânico, levando a depressão e ao prejuízo da saúde física.

Algumas pessoas isolam-se tanto, que até o cuidado com a própria saúde está relegada ao segundo plano.

 

Após a vacina, eu sempre com o uso de máscara, retomei meus tratamentos.

Vou ao clínico, ao cardiologista, ao fisioterapeuta, porque tenho consciência de que esses tratamentos não podem ser de todo virtuais. E que não posso interrompê-los por muito tempo por ser uma pessoa autoimune.

Não se pode permitir que o aparecimento de novas variantes nos tragam total pavor e nos aprisionem.

Refiz todo o meu check-up médico.

 

É preciso coragem para voltar a enfrentar o mundo lá fora?

Sim! Desde que tomados os devidos cuidados.

 

Retomar os contatos com amigos e familiares, buscar novos empreendimentos e novas ocupações.

 

O que aprendi com a pandemia?

Se escapei da doença e a vida está retornando aos poucos, é preciso vivê-la melhor do que vivíamos antes da pandemia.

Não deixo mais nada para ocasião especial.

Se acaso compro uma roupa é para usar já.

Se tenho vontade de realizar algo, vou atrás.

Se não tenho capacidade, procuro um curso online.

Aliás, uma grande terapia para mim foi refazer toda a minha vida enquanto estive em isolamento.

Doar tudo o que não mais me servia (roupas, calçados, móveis, louças).

Fiz uma operação minimalista em minha casa.

Acreditem: o ar ficou mais leve. A casa mais agradável para mim.

E como foi bom ver alegria de quem recebeu as doações.

 

E como foi bom me redescobrir com a terapia no processo de me reinventar.

Retomei aulas de violão e aproveitei a clausura para escrever e fazer artesanato.

 

Minha avó já me dizia:

- Mantenha a mente ocupada com tudo que tenha prazer em realizar.

Faz tempo que ela se foi, mas seus conselhos foram muito, muito sábios...

 

Nada é mais importante do que viver!

Viver uma vida real.

 

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Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 12/04/2022
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