ACONTECEU COMIGO- FESTA DAS ABELHAS

Era uma manhã ensolarada, digo, quente mesmo, da Bahia. Resolvemos levar a turminha para tomar um banho de piscina em um Pesque-e-Pague da cidade.

Lá fomos nós, levando nossos medalhistas de natação, felizes dois meninos com energia elevada à segunda potência, dentro do carro aquela algazarra. Até aí tudo bem, normal, estavam indo para um lugar com sinuca, campo de futebol, tanque de pesca e, claro, a piscina de água mineral, um luxo, mesmo sendo bem rústico.

Sentamo-nos à beira da piscina, debaixo de umas árvores de sombra bem agradável, atrás de nós uma roseira e uma lagoa com uma roda d'água. Tudo tranquilo até aí.

Como toda mãe que se preze, lá estava eu conversando com os amigos, comendo uns petiscos, tomando um refrigerante e de olho nas crias, porque menino apronta.

Em determinado momento, eles começaram a brigar:

"Mãe! Manda esse chato parar de me empurrar!"

Eu não muito a fim de levantar:

"Deixa seu irmão quieto, menino."

"Mãe!"

Sobre a mesa meu refrigerante, não tomo bebidas alcoólicas, não estava a fim de um suco também não. Talvez por causa da roseira ou por outras plantas também, haviam muitas abelhas, eu não me incomodei com a presença delas. Abanava, espantava e vida que segue, elas também tinham direito de estar ali, até mais do que eu.

"Mãããe! Ah, não! Agora você vai ver!"

Bem, embora soubessem nadar, piscina é piscina e bater a cabeça na borda pode ser bem perigoso. Agora eu tinha que ir lá bancar a juíza de paz em briga de irmãos, a conciliadora, enfim, a mãe...

Levantei- me e fui resolver a questão: tirei da piscina, dei umas broncas, mandei ir jogar bola ou pescar com outros amigos que estavam pescando. Depois voltei para a mesa.

Nervosa, mas controlada, afinal, queria mesmo era sossego.

Sentei-me , ainda bem que até as abelhas sumiram.

Peguei meu refrigerante, dei uma respirada para não parecer a desequilibrada, e ali admirando a bela folhagem das árvores, virei a latinha, foi aí que as coisas ficaram tensas, eu estou rindo enquanto escrevo, mas na hora não foi assim não. As abelhas que haviam sumido, na verdade, estavam dentro da latinha. Foi uma coisa de louco!!

Elas picaram minha língua, minha gengiva, meus lábios e acho que deve ter alguma nos intestinos até hoje. Fiquei com a boca toda inchada. As palavras? O que era isso? Só saía um embolado. A dor? Bem, as dores, porque cada ferroada parecia superar a outra. Sem falar na gastura imediata de um monte de "besouro" dentro da boca. Devo ter cuspido metade da colmeia, a outra metade ainda deve morar em mim.

Eu não morri, a prova é que estou aqui, mas o passeio morreu, pois saímos correndo para procurar uma farmácia. Graças a Deus não tenho alergia a picada de abelha, senão...

Mas ficou a lição, se sair da mesa devo tampar a boca do copo ou lata nem que seja com guardanapo.