CAFTEN

Francisco de Paula Melo Aguiar

Sim, sempre existiu e continuará a existir em qualquer parte do mundo a figura do(a) "caften", a final de contas, pessoa é pessoa em qualquer tempo e lugar.

Sim, é fato que tudo pode acontecer, a sociedade vive e convive de máscaras, principalmente quando não há resistência por parte da vítima carente e da própria sociedade. Um exemplo típico disso, uma mãe pobre de dinheiro e de moral cristã ou não, resolve "vender" a virgindade de sua filha, ainda de menor idade, em troca de uma casa, de uma cesta básica e ou para adquirir "prestígio" anônimo e boato público a um "coronel" urbano ou rural. Um escândalo na época, hoje nem tanto, apesar de ser natural tal prática por qualquer "cafetina ou caften" pobre de dignidade humana de plantão ao vender a honra da sua própria filha. Era e é com essa fala que se lavava a roupa suja da vida alheia nos rios, nas ruas, nas praças, nas fábricas, nos eitos dos cortes de cana...

E do "relacionamento" comprado nascem filho(s) na época adulterinos e atualmente não, que nunca foram reconhecidos pelo pai biológico, embora hoje isso seja possível via o Instituto da investigação de paternidade. Apesar da boataria pública cantada em versos e prosas a origem da filiação não declarada. E até porque, por analogia ao pensamento do filósofo Sócrates, ao afirmar que é "a maneira mais rápida e certa de viver com dignidade é ser realmente o que aparentamos ser. Todas as virtudes humanas aumentam e se fortificam quando as praticamos e as vivenciamos". E isso é fato corriqueiro, cotidiano...

Tal comportamento humano fede mais não incomoda, algo análogo ao pensamento de Sharon Salzberg, ao afirmar que: "algo acontece quando não resistimos, quando não nos odiamos por causa do que estamos vivenciando. Nossos corações se abrem...".

Para quem não tem ética e moral suficiente para vender e bem assim, comprar a virgindade de alguém, diante do caminho da menor ou nenhuma resistência para satisfazer suas necessidades de pobreza monetária por parte da conhecida "caften" e libidinosa por parte do comprador de honra de quem quisesse se vender, era só dizer o preço.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 21/06/2022
Reeditado em 21/06/2022
Código do texto: T7542351
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