Brechó

Pasmado fiquei, quando vi o pulôver vermelho pendurado em um cabide naquele brechó.

Era mais uma peça de roupa qualquer, mas que, para mim reacendeu a saudade da infância.

Sei que não era o meu, havia muito tempo, mas era como se fosse... um sentimento de nostalgia falou mais alto... usava apenas aos domingos, na igreja com meus avós e minha mãe. Felicidade extrema. Ao retornar pra casa, guardava-o satisfeito por ter

sido o garoto reconhecido como: "Hoje quem ora é o garoto do pulôver vermelho!"

Sem delongas saquei da carteira uma cédula azul e comprei sem ao menos exigir troco e nem embrulho.

Juro que queria eternizar aquele reencontro íntimo entre mim e o minúsculo vestuário vermelho.

Conversávamos quase que diariamente sobre nossas reminiscências e futuro também. Prometi-lhe jamais nos separaríamos novamente e confesso que estou pensando em fazer um regime abrupto para, quem sabe, usá-lo na festa de bodas de ouro.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 11/11/2022
Reeditado em 11/11/2022
Código do texto: T7647452
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