Casa de Taipa
Lembro-me como se fosse hoje da casa de minha infância, onde fui muito feliz apesar da pobreza, a escassez era tamanha, minha mãe tão sofrida, com nove filhos, e, eu fui o derradeiro.
Ela se chamava Maria e meu pai Manuel, ambos já são falecidos, mas continuam vivos, porque são imortais em minha memória. Eu me chamo Antônio em homenagem ao Santo de devoção de minha mãe.
Naquele tempo tudo era diferente, embora trabalhássemos arduamente na roça, o respeito prevalecia, pois quase não existia violência, nós acreditávamos na bondade humana e praticávamos o bem, como herança do coração enorme de nossos pais. Nós íamos à missa, fazíamos farinha e à noite ouvíamos os causos contados pelos mais velhos.