O ano novo – que ano é esse?

Quando voltamos aos conceitos tribais, talvez, por um instante, a gente se aproxime da mãe terra, da nossa origem animal, da nossa origem tribal: pintar a face, tatuar, dançar, são alguns dos comportamentos ancestrais que não perdemos, o principal, talvez o mais regular é: comemorar a virada do ano, período de tempo que foi eleito especial, o renovador, afinal nossa vida é governada por números.

O que vamos renovar? Melhor, para que renovar? Se a estrada que andamos é perversa e nos leva a morte, o tempo passa tão rápido (isso é fato) que não conseguimos ver os filhos crescer, não entendemos a intensidade do amor, porque segundo Karl Ove, compreensão não quer dizer sabedoria, nunca! Você pode encontrar um inseto que nunca viu, não sabe nada sobre ele, mas alguém de fato sabe, e de alguma forma você compreende que é um inseto.

Existe uma crença que podemos zerar o nosso HD da vida, recomeçar tudo no ano novo, isso é uma ilusão infantil, o fato mais importante sobre renovar é que, talvez, não se queira renovar tanto, ou não se deve renovar?

O amor está ali, você quer renovar? Mas se ele não cabe nele mesmo, já tão grande que não sabe do princípio nem do fim, aí renovar não é a palavra, a palavra certa é cultivar – cultivo leva tempo - turbilhão e luta, porém o amor está lá. Se às vezes o ignora, o amor nunca ignora você, os problemas se solucionam ou não, de qualquer jeito a vida passa, os filhos crescem, eles deixam de ser parte próxima para ser a parte distante que está tão próxima …

Que ano é esse então?

É mais um ano seu, com certeza pra viver, e que os que amam fiquem vivos pra tudo, para amar, para sofrer, cair, levantar, mais um ano assim, talvez como foi o outro, um pouco pior, um pouco melhor, a diferença mais importante é que esse ano não aconteceu e tudo que vai acontecer nele é único.

JJ DE SOUZA
Enviado por JJ DE SOUZA em 30/12/2022
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