Furada

Eu, caminhando, e interpretando a vida,

Fui pensando, buscando, para minha felicidade.

Acabei entrando, e dizendo, grande fria:

Casei-me com uma dona das posses, e de idade.

E aí entendendo, o que não seria alegria.

Naco, parecia, foi bem mais que bocadinho...

Tão logo, eu cheguei à distinta conclusão:

Tanto vale, ainda, não passar de pequenino,

Do que chegar, à maturidade, com ilusão...

Achei-me, só, por um dia, inteiro.

Propus-me de encontro, com a solução.

Entendi-me, por ser até caloteiro,

Para, também, ludibriar a dona solidão.

Quando quieto, e sossegado na cama,

Buscando, o sono, fingindo o cansaço.

A velha, como sempre, só de reclama:

Que é que houve meu moço adorado?

Dia seguinte, cheguei a uma decisão:

A felicidade não passava, de uma ocasião.

Saí fulo, e pulo no grito, contrariado,

Dei meu adeus, agradecendo o criado,

Achei melhor, ter amizade com a sofridão...

Andei perdido, fiquei ao léu, variado,

Até achei bondade, na tinhosa condição.

Em um dos momentos, que me pus pausado,

Meditando, absorvendo, o mal deste coração:

Nada como, compreendendo, vendo aliados,

Métodos certos, quando se pode colocar ação.

Junto, às vistas, ao sol, de uma vasta montanha,

Seguindo à rua em que seguiu meu pensamento,

Alcancei, para aliviar e elaborar sem artimanha...

Então, apaziguado das ideias, fiz meu juramento:

Hasteei qual ritual, lá no cume, a verdadeira bandeira,

Firmei, sem lero-lero, desviando-se, sem a manha:

Que de retorno, bem faria, me casar com uma solteira...

E voltei...

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 03/02/2023
Reeditado em 13/03/2023
Código do texto: T7710809
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