Parque

Eu recordando, de tantas, daquele parque:

Dos campos, dos lagos, que tinham barcos;

Das belas emoções, dos belos sentimentos;

Dos passatempos, dos bons instantes,

Expostos, diante, aos nossos alcances;

Dos encantos, alegres, dos apaixonados,

Se exibindo, e que se fizeram os marcos,

Registrados, embora, sem haver movimentos...

Os raios, de um sol belo e nítido,

Se deslizando, clareando no horizonte...

Declamando, qual poesia, os jardins:

Avivando o que eram flores;

Alimentando dos sabores;

E dos perfumes, os odores...

Dos trilhos certos, vistoso, ao monte,

Por donde alcançavam, por seus confins,

No sorriso, de um raiar, tão mímico!

No lago, se respirava da natureza,

Vendo os nados, se indo os patos,

Brancos cisnes, pretos, com beleza!

Em sendo vistos, pelos admirados,

Dos encantos, perfilados, de suma sincronização,

Na certeza da magia, qual uma seta no coração...

Por mais que alguns, se vinham calados,

A esperança calava, em guarida, por compaixão...

Às sombras das árvores, daquele bosque,

Deitava-me e para aproveitar, eu repousava...

Cansava, fácil, pois como sempre, solitário...

Bem ali me aprumava, e no cercado fazia relax,

Uma soneca tranquila, qual um operário...

Não só única vez, mas a qualquer horário,

Nos meus passeios, e até nas chuvas, ousava,

Para esquecer os romances, e dos meus baques.

As manhãs do parque, com o seu espaço do tempo,

Eram as recreações, dos que apareciam entediados...

O lazer dos trabalhadores, que se faziam ocupados,

Por relaxamentos e por qualidades: Os seus ganhos,

Alguns vinham deixar mágoas, sentimentos calejados,

Tudo misturado, buscando o melhor, do ar portento,

Inspirados nos pássaros, que sobrevoavam em bandos,

Livres daquelas selvas, matas, dos caçadores insanos,

Dividiam vontades, traziam amor, somavam intentos...

Quando o entardecer, na sua conta, chegava,

As relvas, as ramas, as primeiras: Indicavam o escurecer.

E o sol, na penumbra do horizonte, anunciava,

Embora, que percebesse seu caminho, desolador,

Instando, em cores alaranjadas, para outro amanhecer,

Da mesma alegria, que para todos, animava,

Nos corações, que ali, também se faziam moradas,

Viesse iluminando, e colhendo as salvas do amor...

Nas noites, o parque pausado,

Adormecia na postura, escura,

Qual planta, em terreno silvestre...

Sob as estrelas, muito ao longe, mimosas,

Que cintilavam, e se avistavam formosas...

E a lua da meiga candura,

No brilho do espaço campestre,

Avançavam, nas matas misteriosas,

Impondo critérios, com poses dengosas...

Mas hoje: Tudo, desfeito,

Não houve do outro jeito.

Não existe o mesmo chão.

Lembro que eu não aceito,

Por mais que insatisfeito,

Não tiraram a recordação...

Verdades do bosque, das imagens,

Das sombras, dos campos, tenho,

Dos pássaros, das aves, e agora coro? Ausente!

Houve mudanças das paisagens,

Onde tornou-se fonte, em outras voltagens...

Mas por perto aqui, não me contenho,

E saudoso, muitas vezes, ruminando, venho,

Escrevendo, no maior do meu empenho,

Pelos bons dias, que na época me foi presente...

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 05/02/2023
Reeditado em 13/03/2023
Código do texto: T7712273
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