Jaula

"Ontem a lua, ao nascer, pareceu-me

que ia dar à luz um sol: tão avultada e

prenhe jazia no horizonte.

Mentia, porém, com a sua prenhez, e

mais julgaria a lua homem do que mulher"

Friedrich Nietzsche

Fã de Luiz Gonzaga e Elba Ramalho o Pai colocou um nome de artista nele - Luan - e quando criança não lhe faltaram xarás para dividir-lhe o nome no seu sertão de Paraíba, este nome que não era junção de dois outros e nem retirado da Bíblia (como os dos pais e de quase todo mundo que conhecia) e que portanto soava novo, e foi motivo de orgulho nessa sensação de diferenciação parcial, tolhida pelos iguais na moda do “nome bonitinho”.

Luan era forte - forjado nos augúrios que uma infância sertaneja pode proporcionar - e tinha um alheiamento, uma atitude de resignação impregnada no comportamento, uma voz interior que corriqueiramente dizia-lhe “foda-se!” às situações ruins com as quais se deparava, mas com o tempo descobriu que isso servia apenas para ele: era demasiado frágil ao deparar-se com o sofrimento dos outros. Talvez por ter sido vítima ativa de tantos julgava-se conhecedor das sensações ruins que os acompanhavam, e compadecia-se deles, sempre.

Certa vez, em seca homérica, desceu até o fundo de um poço antigo e seco para sentir-se herói numa hipotética descoberta da mina do ouro mais brilhante que há, daquela que poderia molhar faces fazendo-as brilhar, de esperança, de alívio. Aquela que poderia possibilitar um sorriso menos árido, menos preso às marcas do rosto-lona-de-circo outrora tão esticadinha mas que agora parecia solta em todas as pontas, engilhada, empoeirada, árida. Desceu mas não conseguiu voltar e por lá ficou durante três dias. À noite via a trajetória da lua iluminando por uns momentos seu ambiente e pensava parecer-se com ela, o que não deixava de ser irônico: ela caminhando no céu, luminosa, e ele preso, afundado na terra escura. No primeiro dia gritou muito e tentou achar o caminho das pedras por onde havia descido. No segundo bebeu um pouco de lama e não gritou mais, rezou. No terceiro comeu com prazer duas aranhas e sorriu algumas vezes pensando nos irmãos. Quando foi encontrado por outras crianças e de lá foi retirado pelo Pai levou a segunda maior surra de sua vida e por aí começou seu aprendizado da Razão humana, já que àquela altura apenas conhecia a crueldade da natureza em negar chuva e em fazer os bichos fugirem pra longe.

Outra vez em brincadeira com outros meninos na casa da prefeita foi surpreendido de novo por sua coragem, seu desejo de “ser”, e pela Razão humana ou sua condição. Havia por lá uma casinha de cachorro, coisa estranhíssima para a garotada, imaginem: num lugar sem televisão, uma casinha linda, colorida, com portinha pequena, no meio daquele mundo cinza e ocre! Foi o eleito e se prontificou de imediato a entrar lá. Pôs a cabeça e os ombros. Não conseguia ver nada na escuridão mas sentiu cheiro de couro molhado, e também de alguma coisa parecida com o cheiro da ração que tinha visto na fazenda sendo dada ao gado, cheirosa... Seu estômago roncou e nesse instante sentiu que seus amigos o seguravam e o empurravam cada vez mais pra dentro, até que seu rosto bateu no fim da casinha. Baixaram-lhe as calças e fizeram uma fila atrás dele. Sentiu uma dor de coco duro, aquele de carne, feijão e farinha, e sentiu descer-lhe pelos cambitos algo quente e sabia bem o que era. Após o quinto menino escutou a Lindalvinha (a menininha da rua, a menininha de verdade da rua!) chamando pelos meninos dizendo “Avia! Avia! Tá vindo caseiro!”, e escutou por fim o barulho abafado do salto deles por cima do muro. Suspirou. Caíram-lhe lágrimas mas não chorou, era macho. O Caseiro chegou mas não foi ao quintal e lá, preso, entalado na portinha pequenina da casinha linda abafada e escura, fraco e atordoado, passou a noite. Pela manhã foi encontrado mas não o tiraram de lá: chamaram seu Pai. Este lhe viu e Luan construiu mentalmente aquela ótica, conseguindo ver também a mesma cena: ele ali, preso, ponta dos dedos no chão e planta do pé vizível, calças arriadas, bunda pra cima, sangue nas pernas. E nada disso era nada perto do que sentia, por dentro.

Foi levado pra casa e lá levou, aí sim, a maior surra de sua vida. Primeiro pelo chicote e pelo lugar escuro, quartinho isolado (era sempre assim quando Pai o batia, fazia-lhe meio que escondido). Ele tinha um pouco de vergonha de sua brutalidade, mas um tanto de orgulho dos gritos de choro, da solidez de sua autoridade. Mas o filhote resolveu não chorar daquela vez, talvez faltassem-lhe lágrimas, o que não creio. Segundo, pelo que falou o Pai: “Não sou homi de sustentar bicha em minha casa, de criar viado! Estelita! Mande esse minino pro inferno que for mas não quero mais aqui em casa! Ou todo dia vou dar uma surra nele até se desmontar todinho!”. Não resistiu à isso e rolou uma lágrima incontível, e sentiu um certo alívio com uma brisa que soprou-lhe bem no rosto, resfriando o caminho daquela gotinha e causando-lhe um arrepio. Quis suspirar mas se conteve com medo de que o choro viesse junto, inspirou e prendeu, e preso descobriu que queria ser como os anuns, que fugiam quando quisessem, que sumiam no horizonte, que dormiam onde queriam.

No outro dia pela manhã, antes da surra prometida, já estava no ônibus pra João Pessoa para morar com a avó e com o tio estudado. Sua mãe ao lhe deixar disse para que procurasse não mais brincar daquele tipo de brincadeira com os meninos, que isso era muito feio. Sentiu nela um pouco de alívio e pensou que era porque agora ele estava indo pra longe daquele inferno que transforma todo mundo em bicho. Poderia até estudar! Pensou também que o alívio dela poderia ser por estar com um a menos em casa, o mais trabalhoso, por se livrar dele, mas esse pensamento foi rapidamente ofuscado pela estrada que se iniciava e pela imagem de São José dos Piranhas, em nuvem empoeirada, ficando pra trás.

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“Foda-se!” pensou ao ter mais uma tentativa de emprego frustrada, a oitava naquele mês em um ano de incontáveis tentativas. Era técnico mas agora nem procurava mais por vagas nessa área, qualquer coisa serviria para um Pai de recém nascido há mais de um ano desempregado, em véspera de Natal. Na TV via todas as promoções e facilidades a tudo, tudo tão colorido, e pessoas tão sorridentes balançando sacolas e acariciando os filhos, no entanto o filho não teve berço de ouro ou de madeira que fosse, dormia no chão, entre o pai e a mãe, e fazia tempo que não precisava de sacola para levar o pouco que conseguia pra casa. Durante esse tempo recolheu latinhas, papelão, e com isso sustentou à todos. A comida era batalha diária e a humilhação uma companheira inseparável. Por si não se importava nem um pouco, mas ao ver Luanzinho chorando e Diana irritada ou triste, com ele, com o filho, com o mundo, não suportava e saía de casa disposto à tudo para mudar o quadro, endireitá-lo na parede. Fora criminoso hipotético em vários planos aprendidos nos telejornais mas pensava nas vítimas e não tinha coragem. Bêbado, falava com os parceiros que isso se devia à “boa educação que tinha recebido em casa”, mas ao sair cambaleante do boteco chamava-se de covarde, “foda-se!”, e preparava-se para chegar em casa sem notícia de emprego, sem o trocado que virou cachaça, sem ele mesmo, sem porra nenhuma.

Diana o conheceu ainda na Escola Técnica e já começaram com paixão. Ela vendia salgados com suco num isopor e ele fazia contas no negócio dela sem pagar com dinheiro. Dançaram forró e fizeram o Luanzinho. Ela o amou só enquanto amou-se a si. Agora ela não sentia mais que preocupação e impotência, amamentando sem parar dentro de um cubículo, com desejos de jogar tudo pra cima e de ir “pruma beira de estrada dessas”. Só não o fazia porque o Luanzinho era âncora que a prendia à família, e porque Luan era um homem muito bom, desses que não se encontra por aí. Apesar de tudo conseguia sorrir quando ele ia no domingo catar latinhas na praia e ela ficava lá, sentada na areia brincando com o filho, torcendo para que o povo bebesse muito e que ele pudesse ter dinheiro para as passagens, e que assim não chegasse todo suado nas entrevistas de emprego. Ela tinha certeza que era por isso que ele não conseguia: “um homem honesto, inteligente demais! Mas quem vai dar emprego a ele com aquelas roupas velhas, encharcadas de suor, aquela cara de acabado?”, e sorria imaginando que já tinha passado-lhe a roupa melhor que tinha, junto com o sapato quase novo do vizinho, e que iria de ônibus com pouquinho de vento na cara pra não assanhar o cabelo. Ela gostava de cultivar a esperança e aproveitava muito quando conseguia, sorria larga, e se apegava com força. Luanzinho era caixinha de Pandora e lá ela depositava tudo. À noite rezava e por vezes ainda conseguia alívio antes de dormir. Esperança.

Na segunda lá foi-se Luan todo alinhado, bem dormido e sentido-se bem. Diana foi também até o ponto de ônibus e lhe deu um beijo como a muito não fazia. Acenou-lhe ao partir da condução e ele lembrou-se de sua partida de São José e esforçou-se para mudar rápido de pensamento, até porque não tinha nada a ver, sabia que aquele tipo de lembrança não o ajudaria em nada. Precisava estar seguro e tranqüilo, precisava parecer bem, parecer gente, precisava de trabalho. A vaga era para “Ascensorista”, mas não sabia do que se tratava. Sabia que exigiam o primeiro grau e ele tinha o segundo técnico, estava muito bem capacitado e pela hora que saiu talvez fosse o primeiro a chegar. Perguntou ao vizinho mas esse também não sabia bem, pensava ser algo na política.

Chegou no prédio imponente na Epitácio Pessoa, na recepção indicaram-lhe uma sala. Entrou, não viu ninguém e sorriu com canto de boca. Sentou-se num sofá molinho molinho “cuidado pra não dormir, cacête!” e sorriu de novo: estava calmo. A mesma mulher que o havia atendido na chegada agora passou por ele apressada e até lhe esboçou um sorriso, parecia tudo perfeito. Ela voltou com um senhor de óculos de aparência íntegra, dessas pessoas “estudadas” e honestas, “de conhecimento”. Não era sorridente mas parecia suave. Apertou-lhe a mão, o convidou para entrar em outra parte da sala, sentou-se à uma mesa, apontou uma cadeira a Luan, e começou:

-Bem, o Sr. pelo que vejo não tem outras experiências com atendimento ao público, não é?

- Eu já operei a máquina de xérox da Escola Técnica - respondeu calmo – atendia um montão de gente por dia lá.

- Ah, bom, muito bom. E o Sr. gostaria de desempenhar essa função, de ascensorista, acha que se encaixa?

- Eu acho que me encaixo sim senhor, já fiz de tudo um pouco e sou técnico, posso aprender a ser ancessonrista também.

-Ascensorista.

-Isso, an... cessorista.

-Sr. Luan, o Sr. parece ser uma pessoa espontânea e simpática e isso é o mais importante para esse trabalho. O Sr. aceita fazer uma semana de experiência conosco?

-Aceito sim senhor.

-Ótimo. O Sr. receberá vale-transporte e almoço, mais uma diária de 10 reais. Quando terminar a semana lhe chamo de novo, e então avaliaremos sua permanência na empresa, ok?

-Ok sim senhor.

-Então ótimo, pode ir agora e até amanhã às sete.

-Até e obrigado viu.

-Não há de quê.

Estava radiante como nunca, parecia ter tirado um peso imenso de cima de si. Resolveu que voltaria andando pra casa para economizar, mas também para pensar no caminho sobre isso tudo, sobre o sofrimento, a batalha, e sobre a redenção, a nova vida com Luanzinho e emprego e tal. Parou-se em frente de vitrines e planejou presentes, verificou preços, se encantou, se espantou. Chegou a gargalhar imaginando uma ceia e Diana vestida com aquele vestido lindo. Depois o bruto mareou e agradeceu à Deus, coisa que não fazia desde criança.

Foi-se à passos lentos, resolvido, digno de quem flutua.

Faltava-lhe no entanto saber o que diabos significava “Ascensorista”, não que isso tivesse muita importância, coisa difícil não havia de ser: Primeiro grau apenas! Hum! Tranqüilo tranqüilo. Mas queria saber. Passou em frente a biblioteca e entrou, perguntou pra mulher do balcão:

-Bom dia, por favor, você pode me informar o que é ancessorista?

-Como?

-Ancessorista, que faz quem é isso?

-Olha, ascensorista é aquele homem que fica apertando os botões do elevador.

Não agradeceu, apenas virou-se atônito, sentindo um formigamento nos braços. De repente o peso voltou e com ele sombras do passado. Veio-lhe o poço, e a casinha. Vieram-lhe as surras. Retornou aos medos de escuro na casa da avó e a mania de dormir de luz acesa. Os pesadelos com paredes que o oprimiam se aproximando cada vez mais. O banheiro de porta aberta. O pânico com as quedas de energia. O vômito e o desmaio dentro do fusca lotado. Os doutores que diziam ter ele doença de rico, de nome complicado. As reclamações de Diana sem conseguir dormir com a luz acesa e o hábito que nasceu de dormir na frente do barraco sob a lua e os postes. E a constatação de que nunca havia entrado num elevador, nem sequer cogitado isso.

“Foda-se, eu consigo!” e resolveu não falar nada com Diana, nem sobre ter conseguido o emprego nem sobre a natureza do trabalho: iria fazer uma surpresa quando voltasse do primeiro dia. Comprou uma cartão de natal e nele escreveu contando do emprego e da nova vida, da redenção. Demorou-se ainda pra chegar em casa conversando com o povo, ora alegre e falante ora pensativo. Antes de ir deixou o cartão na caixa de correio na casa de Zezinho para que, em torno do meio-dia, ele fosse levar a correspondência para todos da rua na sua tarefa filantrópica diária. Por sua vez Luan na mesma hora, em seu horário de almoço, ligaria para o orelhão da rua e pediria que chamassem Diana. Contaria sobre o trabalho e sentiria a alegria dela com situação tão boa, com presente tão bom. Ao fim do dia a encontraria e deixaria o filho com o vizinho, e iriam “dar uma” de novo, leves como há tempos... Tudo planejado, felicidade horizontal. Ao chegar em casa, sem beber, Diana notou que ele estava diferente e perguntou o que houve: “Nada mulher, é cansaço. Vou armar minha rede e dormir, amanhã vai ser dia melhor”.

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Adormecer foi fácil mas não tanto quanto acordar. No começo um sono pesado povoado de sonhos desconexos. Num, Luazinho chorava ao ser posto dentro de um saco de Papai Noel, noutro abria uma caixa e tentava tirar um boneco de dentro sem consegui-lo por ser maior que a caixa. Antes do dia ele acordou e ficou pensando até chegar sua hora, bebeu café requentando e fumou Derby, mais de dois, um luxo. Beijou Diana e ela acordou, olhou-o e perguntou se não era muito cedo para partir, ele falou que já era chegada a hora. Ela quis levantar-se e ele a conteve dizendo que estava pronto e que ela dormisse, descansasse, que o dia lhe reservaria surpresas, ela franziu a testa depois sorriu: “há de ser hoje meu amor...” e enroscou-se no braço dele. Ele falou ao ouvido dela que também a amava, beijou Luanzinho que não se mexeu e abriu a porta de casa deixando um vento frio entrar e com ele um arrepio unânime habitou o meio.

Foi direto à sala de ontem e lá recebeu a farda. Não entendeu mas lembrou-se do enterro de “vovô” e da roupa nova que escolheram para ser enterrada com ele: “desperdício da porra...”. Foi conduzido ao seu ambiente de trabalho e quando a porta do elevador abriu hesitou em entrar enquanto o chefe o olhava. Entrou. Foi-lhe apontado um banquinho e nesse momento entrou alguém, para o sétimo e “já começou! Qualquer coisa me chame, tenha um bom primeiro dia de trabalho” falou-lhe sorrindo. Não correspondeu. Ao fechar a porta ele cerrou os olhos e escutou um comentário sobre aquele dia nublado, escutou mas não processou. Ao blindar-se veio-lhe o poço e o cheiro de lá. Sentiu também o líquido quente escorre-lhe novamente nas pernas. Sentiu um suor gelado precipitar-lhe na fronte e lembrou das poucas lágrimas que derramara na vida, e da vontade muita que havia tido. Tinha a sensação tátil de que o elevador diminuía de tamanho mas não tinha coragem de abrir os olhos para conferir. Escutou um som e instintivamente abriu os olhos, e quando o fez estava no sétimo com porta aberta. Quando escutou o “tenha um bom dia” do seu passageiro ao sair pareceu-lhe sacanagem e quase sorriu. Quis correr pra fora no entanto não sentia as pernas, e antes que recobrasse o fôlego já estava descendo com duas mulheres que conversavam.

- Hoje tive que levá-lo novamente ao psicólogo, ele está muito desobediente!

- Isso é falta de uma boa surra...

E assim passou a manhã entre abrir e fechar, entre alívio e tormento, entre batalhas de memória autônomas e pensamentos forçados teoricamente amenizantes. Até que não mais escutava os andares que lhe pediam e nem se movia mais, nem fechava os olhos sequer. Mijou nas calças e nem perceberam de imediato esse detalhe odorante. Quando o fizeram e reclamaram lá foi o seu chefe saber o que houve: bronca safada.

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O chefe visualizou a casa de longe, logo ao entrar na rua. Viu na frente uma mulher com uma criança no colo que recebia algo de um homem. Na aproximação viu-a abrir um cartão e começar a lê-lo séria para depois afrouxar-se num riso largo enquanto o homem se distanciava também alegre. Viu-a erguer o menino e beijá-lo muito no rosto, pescoço e barriga, sonoramente, girante.

- A senhora é Diana esposa de Sr. Luan?

- Sim.

- Seu marido acaba de passar mal, parada respiratória, está em estado grave no hospital.

E Luanzinho escorregou-lhe do agora frouxo braço.

- Venha comigo.

No caminho ele lhe contou o que acontecera e ela amassou o cartão entre os dedos. Lá chegando receberam a notícia da morte e ela teve a impressão de vê-lo passar numa maca coberto por um lençol, não se moveu. A pessoa que empurrava a maca voltou pelo mesmo corredor que ela conversando com uma enfermeira:

-Ele tava apagado mas voltou somente para falar que não o enterrassem vivo, que estranho!

- E ele ainda falou “foda-se”

-Aí já é viagem sua.

-É não...

Diana sentiu certa alegria ao escutar a conversa, certificou-se assim que já havia se despedido do marido e saiu sem dar uma palavra. No momento em que Luanzinho chorava compulsivo ela pensou “deve ter sido mais fácil que crescer...”, e tentou lembrar onde havia guardado a agenda de telefones enquanto descia os degraus alvos do Santa Izabel.