Monólogo de um coveiro

Hoje é domingo e estou de folga, pois troquei o dia de folga com um colega de serviço e irei aproveitar melhor este dia, tomando uma boa cerveja gelada e ouvir um bom samba pra relaxar e assar carne com macaxeira frita com baião de dois, é nóis na fita maninho. E quero esquecer do trabalho do cemitério, porque esta tal semana já enterrei muitos mortos e teve até um maldito político mentiroso_ indo para os tais quintos do inferno ou quero... dizer da cova rasa lá do condomínio dos pés juntos da Amazônia, apesar de terem uns que são cremados e ficam apenas os cascalhos que depois nós recolhemos o pó. Agora, eu gostaria de saber, o que a pessoa vai fazer com o pó!?🤔

Apesar de ter alguns bem sucedidos na vida que morrem, a grande maioria é o o pobre lascado que vai dessa para a pior e muitos morrem mais por falta de grana para fazerem os seus tais tratamentos de suas doenças, porque são tão onerosos e caros e evidente que existem alguns que morrem antes da tal hora e tempo, pois se envolvem no crime e se lascam bem cedo e muitos até antes de completar a maior idade. No entanto, apesar de olhar tanta gente triste e a chorar, eu gosto muito do meu trabalho e sinto que sou importante para a sociedade e que tanto o rico como o pobre irão para o mesmo lugar de merda. Apesar de haver alguns ricaços que são arrogantes até na morte, com as suas sepulturas bem feitas com o melhor da arte sagra. Insinuando que são personalidades tão importantes que até desceram para o mundo dos mortos com todo o glamour, estilo e elegância de um belo morto que é de uma boa estipe.

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 18/06/2023
Reeditado em 21/06/2023
Código do texto: T7816599
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