A jovem sonhadora

Havia uma necessidade de se libertar. O corpo pedia, mas a alma se retraía. Decidida a implodir seus traumas e se explodir em desejos, entregou-se às lascívias da juventude.

No início tudo extasiante, surreal, prazeroso, assim definia seu bel-prazer.

As baladas, as bebidas e a vida noturna se tornaram companheiras inseparáveis.

Com o passar do tempo, o dinheiro, viagens, amizades, a juventude e os amores se esvaíram.

Conheceu um ser evasivo, vivido e envolvido com forças ocultas.

Buscava-lhe refúgio somente, porque amor, jamais teria e a violência na alma doía mais que a física.

Surgia assim a gravidez, uma esperança à felicidade. Dois divinos anos de felicidade.

Já no ano subsequente a infelicidade ressurgia em forma de misoginia, tortura e prisão. E, na dor mais intensa que tivera nessa vida; o filicídio e o conjugicídio. Não se sabe os motivos que a levaram àquela atitude criminosa.

Novamente sozinha. Presa, condenada, julgada pelas leis dos homens, os estupros na cadeia, a dor emocional e moral... restou-lhe a loucura, outrora beleza e ambição diante da impulsividade de uma jovem sonhadora.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 28/06/2023
Reeditado em 28/06/2023
Código do texto: T7824398
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