A paixão é algo eloquente. Ele, senil, apaixonou-se perdidamente por uma jovem no Tinder. Um sobressalto ao final da vida. Viúvo, passou a viver anestesiado, sentimental e apaixonado. Decidiu mudar de cidade para que tivesse próximo da sua paixão. Já sonhava com o dia da união. Voltou a compor e versejar. Sentia-se feliz talvez por saber que aquela seria a derradeira contemplação da vida.

Ela, uma bela jovem, divorciada, cortejada e nutrida de paixão. Tratava-lhe com cortesia e carisma , sempre atenciosa com o seu fiel seguidor apaixonado. Ele,  tornara-se rejuvenescido em meio aquele coração outrora adormecido.

Ele, presenteou-lhe com um belo apartamento. Mais adiante, um automóvel. Seus bens e vencimentos pulverizados com mil vertentes, contrariando assim filhos e netos.

Um homem idoso apaixonado é uma locomotiva desgovernada...

Por fim, descobriu que a sua arrebatadora paixão estava o traindo com o seu ex-companheiro, em fase de reconciliação.

O ciúme. A ira. O descontrole. A discussão. Os cinco tiros. Um crime passional. O arrependimento. O suicídio.

A paixão é inimiga da razão e, diante daquela discordância etária; o prelúdio à traição. A tragédia anunciada e jaz uma ilusão.

 

 

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 15/07/2023
Reeditado em 15/07/2023
Código do texto: T7837524
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