Triste realidade

Vivia 24 horas grudado às vistas com o celular. Pouco dormia, quase nada comia, na sua apetite voraz para com o aparelho.

Ali era seu universo: amizades, entretenimento, “trabalhos escolares”, músicas e até relacionamentos.

Os pais pouco se importavam com o filho inercie. Diziam: “Ótimo menino! não nos dá o menor trabalho!”

A dependência pelo uso do cell phone só aumentava. Isolamento total, a não interação social, a deformidade tão logo sucederam.

Trancado em um quarto escuro via a vida passar através de uma tela de smartphone. A visão totalmente comprometida à luz do Sol. Tornou-se um deficiente auditivo pelo uso exagerado de fone de ouvido e a não interação social.

Desforme ao extremo, a coluna cervical envergada, braços e pernas atrofiados, abolidos aos hábitos de higiene, dentes caninos se desenvolveram, cresceram pelos pelo corpo, não mais pensava, usava somente os extintos e os gritos animalescos diante metamorfose sapiens sapiens para homo sapiens dos tempos modernos.

Converteu-se às forças ocultas da deep web. Adquiriu o desejo mórbido parricida e aos evangélicos. Após semanas enclausurado sai da caverna e a procura dos pais. Entra numa igreja evangélica armado com uma pistola aponta para seus pais que assistia o culto noturno e grita: “satã vive!!” e antes que houvesse uma tragédia, um policial apaisana e religioso, alvejou a criatura com três tiros no peito.

A imprensa tentando desvendar o que estava por trás daquele adolescente de apenas 13 anos perturbado. Os pais desolados, choravam pela morte do filho e a sociedade clamava por justiça contra a utilização e acesso de menor idade ao submundo da internet.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 06/09/2023
Reeditado em 06/09/2023
Código do texto: T7879563
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