A velhinha

Era uma noite chuvosa e fria na pequena cidade de Paradise na Virgínia, numa casa antiga, cuja nem o diabo tivera coragem de entrar vivia uma velhinha muito, mas muito velha mesmo, o seu nome era Mary e ela conhecida naquela região como uma bruxa pois além de tem as costas arqueadas, os cabelos longos, ser cheia de rugas e ter uma risada assustadora, ela usava sempre vestidos longos e pretos como se estivesse em eterno luto.

Contam as lendas que quem olhava diretamente em seus olhos teria suas sete gerações futuras amaldiçoadas com um azar terrível, e por isso ninguém se atrevia a fazê-lo.

Mas naquela noite chuvosa, algum desavisado insistia em bater à sua porta próximo da meia noite, um horário em que nem um louco ousaria se aproximar da casa da estranha Mary.

E então ela abre a porta, e a pessoa com um olhar de desespero se apresenta e fala que o seu carro quebrou e as ruas alagadas o impede de sair, pedindo ajuda , o seu nome é Jhon e ele está com o seu filho Jack, prontamente apesar de temendo algo Mary a estranha os deixa entrar, lhes dão toalhas pra se enxugar e prepara um chá de ervas para lhes esquentar.

O homem fica estupefato com a casa de Mary que parece um castelo medieval por dentro com pouca decoração e uma cor cinza escura e muito sombria.

Aqui está o seu chá meu senhor, dê pra seu menino também, irá ajudar a se aquecerem, diz ela com um olhar misterioso.

O homem surpreendido com a bondade da mulher, toma o chá que por sinal está muito gostoso e quentinho, a mulher também oferece biscoito de polvilho, ele aceita, ela se senta e começam a conversar.

Mary fala um pouco da sua vida, diz que se sente feliz de estar ajudando alguém, já que muitos a julgam pela sua aparência e por não entender ou conhecer a sua história a isolam totalmente, fala que ficou viúva muito jovem, perdeu marido e filhos num acidente automobilístico em que ela também estava.

Jhon fica encantado e surpreso com Mary, fala que mora há três quadras dela e que realmente todos a temem por não a conhecerem.

E enfim acaba a chuva, então Jack se despede da velha Mary, agradecendo a hospitalidade e lhe abraça amistosamente cheio de emoção, sai junto com seu filho, liga o carro e vai embora.

E no caminho ele fica pensando em quanto foi cruel em pensar mal daquela senhora, desde jovem ele também tinha medo e horror dela devido às coisas que contavam sobre aquela senhorinha, e a partir daquele dia, aprendeu a não ler o livro pela capa, ou seja, ver e julgar as pessoas pela aparência, ele virou muito amigo de Mary e até o fim dos dias dela esteve presente diariamente fazendo visitas e conversando, mostrando o quão grato foi a ela, aquela bondosa senhora que todos erroneamente temiam como sendo uma bruxa má.

Fim.

Um poeta e só
Enviado por Um poeta e só em 10/09/2023
Reeditado em 10/09/2023
Código do texto: T7882114
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