DESESPERO TECNOLÓGICO

Caiu a internet, esse era o fim do mundo, sem internet como podia viver? Não dava, ficou louco, ligou para a operadora, a atendente disse que o problema era do seu fornecedor internacional de sinal e ficou naquele jogo de empurra.

Ele precisava da internet mais do que nunca naquele dia, era o dia mais importante de sua vida, era imprescindível estar online em poucos minutos e não tinha previsão de quando voltaria o serviço. Correu para uma padaria onde a internet era grátis para os clientes e lá também estava fora do ar, foi a um shopping e também não tinha internet, correu para todos os lados, casa de amigos, parentes e nada de internet, todas as pessoas estavam sem sinal, o mundo estava parado!

O desespero dele era tanto que chegou a chorar copiosamente pela falta do sinal, não podia fazer nada, estava tudo perdido, ia perder o maior lance de sua vida por conta da tecnologia, mas que tecnologia era essa, que deixava o cliente na mão na hora em que ele mais precisava?

Chorou mais uma vez, o desespero era tão grande que resolveu se atirar do prédio mais alto da cidade, na Avenida Rio Branco, seguiu para lá resoluto, subiu até o último andar e procurou uma janela que estivesse de bobeira para realizar seu intento. Ao se jogar no vazio seu corpo estremeceu todo na cama e acordou num susto. Antes de tudo pegou o telefone e viu que a internet estava funcionando, poderia jogar sem problemas e terminar a fase que pausou no dia anterior por estar muito cansado, faltava pouco para zerar o jogo... Não conseguiu, depois de perder a vida por três vezes, na tentativa de zerar o jogo, teve que recomeçar tudo do início, desistiu e foi tomar uma cerveja e dar uma paquerada, coisa que há muito não fazia... Pelo menos essa noite teve um sono bom e não sonhou em fazer besteira por conta de bobagem.

Celso Ciampi
Enviado por Celso Ciampi em 12/12/2023
Código do texto: T7952307
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.