A avó, o jardineiro e o padre

Certa vez Marieta tricotando na porta de casa em seu silencio de domingo sentada no batente da casa pela tarde onde dava para uma varandinha que tinha vista para rua calçada chegou o seu neto correndo eufórico, esbaforido que dava para escutar seus passos desde a entrada da rua e logo ao ver sua avó com aquela agulha e linha, parou por alguns instantes observando os pontos ganharem forma e também ficou em silencio até que ele perguntou:

-  Vó a senhora podia fazer flores para colocar na frente lá de casa, é a única casa na rua que não tem jardim e eu ia cuidar e molhar para ela crescer enorme e quando começa-se a brotar flores eu me tornaria o maior florista que minha rua já viu. O que a senhora acha disso?

- Meu filho eu bordo toalhas, fronhas, aquela meia que você usou outro dia e outras coisas, mas não flores, quem trabalha com essas coisas é o jardineiro isto aqui que você está vendo é uma tolha de mesa e não planta de jardim e agora volte para sua casa porque preciso de concentração.

E por alguns minutos ele voltou a ficar quieto até que o silencio foi quebrado novamente quando Marieta com suas mãos tremulas deixou a agulha cair no chão enquanto observava a vizinha da casa da frente acariciando o seu gato na sombra da janela. Logo o menino disse:

- Então eu vou ser um jardineiro, plantarei flores em todas as casas, darei vida a esta cidade, mas preciso de uma pá e um regador, huuuuum... mas a chuva seria melhor, agora fiquei em duvida vó, onde eu consigo chuva porque aqui só faz calor e quase não dar nada?

Sua Vó olhou bem para ele incrinando-se em sua direção com os olhos maiores que pareciam ser atras daquelas lentes robustas:

- Meu filho a pá e o regador posso até conseguir, mas a chuva temos que rezar, rezar muito porque a gente mora no sertão.

Aaaaah vó!

Mudei de ideia, preciso de uma cruz e uma batina quero ser um padre.

EdCsilva
Enviado por EdCsilva em 19/01/2024
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