Antiga paixão.

Quando lhe te vi pela primeira vez me apaixonei. Estonteante, arrebatadora, simétricas tuas linhas. Quando cruzas, cruzas majestosa, imponente, decidida, retilínea. Conheci-te ainda menina ainda adolescente, te formavas. Vejo-te agora vigorosa madura, gostosa, doce mel. Limpinha roupa trocada. Teu destino é ser sempre bela. O meu destino passar na tua rua. Numa subida rumo ao mar, olho-te, falta-me o chão. No descortinar do horizonte, mergulho dentro do teu mar. Num mar largo e azul. Azul azulado mais de um azul azulado único que só tu tens. Restabeleço-me e me encontro novamente em ti. Nativa, deslumbrante. Uma estrela guia me leva ao teu meio. Agora és artista? Delicio-me. Desfruto-te. Mato minha saudade. Perco-me. Procuro em cada rosto o teu rosto e o teu sorriso. Levito. Novo movimento leva-me pra lá e pra cá. Vou e venho, rodeio-te. Tu és agora uma ponte grande, alta. Passagem de navio. Vejo-te inteira. Tu és toda minha. Na brisa leve, navego- te até tuas entranhas. Encontro na Ribeira antiga paixão. Teu cais um porto seguro. Tudo continua como antes, apaixono-me novamente. Nem sentes minha presença. Sou anonimato, seu amigo virtual. Meus olhos te fotografam e arquivam as fotos no coração. Revi-te, depois te vejo mais.

Natal! Encontrar-te-ei logo, mais linda ainda.

Crontei.

Depois eu cronto mais.

Manuel Oliveira
Enviado por Manuel Oliveira em 21/03/2008
Código do texto: T910809