O teatro das máscaras

Num dia que nem viu passar, o poeta apenas se encontrou com as letras por amor e com a melodia por obrigação (não que não amasse) mas, naquele momento e nas circunstâncias eram prisão.Enquanto caminhava vários minutos a pé para o teatro da melodia onde ele era apenas mais um ator que fazia praticamente pantomima em meio a tantos outros que eram péssimos mas, tinha os principais papéis, ele pensava em como dizer o que não sabia dizer, mas sentia profundamente no seu íntimo.Enquanto atravessava a rua em meio aos movimentos bruscos dos carros que passavam correndo sem sinalização, mas, com seus caminhos traçados, ele sinalizado e sem caminho nenhum se encontrou com um cara que nem sabia se era louco, bêbado, louco bêbado ou se estava apenas fingindo de louco pra beber ou de bêbado pra parecer louco.Eles começaram a falar de um assunto profundo que não tinha profundidade nenhuma, era real que eles não se entendiam e o desentrosamento de idéias entre eles era notável, mas finalmente encontrara alguém tão maluco quando ele que pensava nas coisas que pros outros eram profundas mas, pra ele era simplesmente realidade.Entre as maluquices que eles trocavam tinha uma verdade crucial que aqui se enfeita assim: “ A nossa vida está esmagada entre o dia que nascemos e o dia que morremos, somos escravos desses dois fatos principais e decisivos, o resto é provisório”.

Certamente aquele maluco bêbado era muito sofrido, porque dizia que : “pagamos um alto pedágio pra encontrar a glória eterna e a lua influencia a nossa vida, tudo influencia a nossa vida” ele parecia cair em contradição mas, falava algumas verdades como : “ tudo influencia na nossa vida”.

O poeta continuou seu caminho até o teatro das máscaras, já estava atrasado para o sacrifício.

Chegando lá ele se comportou como um cérebro morto num corpo vivo, sentiu triste por fazer esse milagre e estar num estado de inércia tão deprimente.

Entre tantas máscaras ele encontra um rosto alegre desmascarado era o bom e velho amigo que sempre faz seu cérebro funcionar, mas, naquele momento apenas trocaram alguns sorrisos por um segundo a vida parecia voltar, foi apenas um flash de razão naquele momento e ele passava a voltar a pé pra casa contando os passos sem sinalização, sem destino, sem versos, sem canção.Simples passos de volta pra casa pra encontrar-se de novo consigo mesmo, o único que o fazia pensar efetivamente o tempo todo e contentar-se com sua solidão simples e inexplicável.

Ítalo Chesley Gomes da Silva

Ítalo Chesley
Enviado por Ítalo Chesley em 13/04/2008
Reeditado em 13/04/2008
Código do texto: T943353