Anja das Lástimas e o Elfo
... O clarão de luz sumiu e a terra silenciou.
Em um despertar a não mais Poetisa, se transformara em uma doce e bela Anja de asas negras e expressões infantis de certeza. Sua essência se ressurgira em uma mensagem de renascimento, para os que não acreditavam mais em sua sobrevivência.
Meio desengonçada ela tentava se puser a voar, em um bater de asas descompassados, uma dela estapeou o encantador ser:
- Aiiiiiiii! – gritara o Elfo.
A Anja se assustara com o grupo, voando as léguas e rodopiando no céu, sem conseguir se controlar. E quando consegui direcionar o seu vôo, bateu novamente de frente ao Elfo, vindo a cair por cima dele.
- Foi mal! – sorria Anja, como um pedido de desculpas.
- Tudo bem, mas vê se adestra tuas asas! – dizia o Elfo.
Sem entender o que aconteceram, seus olhos se encontrou com os da Anja. Elfo alto, de pele em ton de mel, olhos verdes puxados, longas madeixas loiras e orelhas pontudas. Vestido em roupas de tons verde musgo, viera a sorrir para a doce Anja, em menção já conhecida. A ultima fagulha do fogo do amor aqueceu os seus corações e na profundeza do olhar se encontraram novamente:
- Caído, meu! – dizia a Anja sem entender.
- Minha pequena! – contemplava o ser angelical que ela se tornara.
Não falaram, mas nada apenas compreenderam o carma desse amor e que o fim dele já estava consumado, a ser somente uma lembrança que um dia seria esquecida em suas novas existências.
Ainda sob a magia do olhar, foram surpreendidos pelo Corvo, que jogara um papiro em cima de suas cabeças. Nada foi falado mais apenas lido com fervor e pleno entendimento do que lhe eras destinados.
“Poetisa, agora Anja das Lástimas, fora destinada para sua existência no mundo perdido, onde lá serás guardiã dos que amam e sofrem, tirando deles as lástimas dessa vida de apaixonados sem resposta. Será Anja em usa agora nova essência. Quem te será guia e mentor, será a Coruja, continuarás a versejar sobre tua vão filosofia de anja, pois está é a sua missão.”
“Anjo Caído, agora Elfo, fora destinado a sua existência ao Jardim Suspenso de Miríades, onde lá conviverá com seres da tua nova essência, de ser encantado. Continuará o seu versejar entre as flores da primavera. Quem te guiará pelo caminho ao Jardim será uma Fada a qual depositará seu novo sentir.”
Ao lerem cada um a sua sentença, os corações de ambos apertaram. Ao se olharem novamente, depararam se com a Fada e a Coruja, que já os aguardavam. Em ultima menção de sentimento entre o agora Elfo e a Anja, um abraço fraterno e demorado, seguido de um beijo tímido em meio às lágrimas.
Cada um partiu, sem olhar para trás... Duas vidas em uma se partiram... enfim, já estava consumado.
Há quem diga que essa estória nunca aconteceu, mas há quem diga que são fragmentos da vida de certa escritora que viveu um amor tão intenso, que somente em contos poderia expressa-los.
Apenas, agora não mais... está consumado.