O PÁSSARO PRATEADO - Cap. 1 - O Poder Interior

As Aventuras de Gabriel: O PÁSSARO PRATEADO

Capítulo 1 – O Poder Interior

Gabriel já está bem familiarizado com a nova vida, estava ali morando com seu pai a mais de 7 meses; via sempre sua mãe quando podia, afinal as tarefas da escola, as aulas de natação e futebol ocupavam a maior parte de seu tempo, ficando apenas os fins de semana, isso quando ele não ia para o litoral com o pai e a nova namorada dele. Depois que o pai começou a namorar a Juliana, Gabriel passou uns dias calado, parecia está magoado, porém quando o pai procurava saber do que se tratava seu desanimo, Gabriel apenas respondia: Não é nada. E assim depois de dois meses convivendo com a presença quase que constante de Juliana em sua casa, Gabriel teve que aprender a conviver com ela, ele mesmo admitia gostar dela, sempre simpática e sincera; bonita e educada, seria difícil não gostar. A principio Gabriel ficou fechado para o pai, o via como um vilão, afinal como ele poderia separar uma criança de sua mãe? E novamente o tempo mostrou que o ato feito por Max, se explicava pelo amor que ele também sentia pelo filho.

Seu rendimento na escola depois de umas baixas normalizou, e tudo parecia bem em sua nova vida. Seu cacho esperto cresceu mais e continuava fiel ao seu lado, o seu robô GSM – 4000 apesar de que nunca mais falou ou andou deste que voltaram daquele mundo estranho; e sempre foi tratado por Gabriel como uma pessoa e não mais como um simples brinquedo. Já Gabriel em seu intimo sabia que ele não era mais o mesmo garoto, sabia que seu corpo estava mais forte, não o físico mais musculoso ou algo deste tipo, mas ele sentia que estava mais resistente, quando se cortava o ferimento logo se fechava, estava mais veloz, e tudo era mais fácil de resolver, como as tarefas do colégio. Entretanto, ele não compreendia toda essa mudança. Contudo, ele sabia que existem outros mundos e que a realidade não é tão segura como aparenta ser, pois criaturas caminham por ai a procura de humanos para se alimentar.

Agora com 9 anos, não notara nada de diferente, apenas a convivência neste sete meses com a namorada do pai é que ele sentiu em alguns momentos desejos de sumir, pena que o chapéu mágico não estava mais ali para realizar seus desejos, tinha que ser sempre forte e aprender a lidar as dificuldades. Em seu quarto, ele ficava sempre a janela olhando a pracinha no outro lado da rua, e durante a tarde depois do colégio, ia direto para a varanda, fazia sua atividades lá, e lia seus livros de aventuras; sempre estava a espera do pássaro prateado. Logo que ele se mudara para a casa do pai dois dias depois, estava na varando chorando com raiva e saudade da mãe, ele viu um pássaro perto da fonte na praça, a principio Gabriel não deu importância, porém quando o pássaro voou um brilho forte refletiu de seu corpo, um brilho prateado como um metal lustrado, ou mesmo um espelho ao sol, Gabriel tinha certeza do que tinha acabado de ver, era um pássaro prateado, foi sua conclusão lógica, pois um pássaro não poderia emitir luz, principalmente tão intensa como aquela, e isso só poderia ser o reflexo do sol no seu corpo. Os dias passaram e o pássaro não esteve mais a vista, Gabriel chegou a freqüenta a praça dias a pos dias na esperança de ver o pássaro de perto, e assim ele acabou se adaptando ao novo lá e nem notou a passagem do tempo, e o pássaro nada de voltar. Gabriel fixou a idéia de que o pássaro era verdadeiro mesmo seu pai dizendo que ele não era verdade e que ele tinha apenas visto uma ilusão de ótica; que seus olhos tinham lhe pregado uma peça, pois não existiam pássaros prateados, assim nunca mais Gabriel tocou no assunto com seu pai, não queria preocupar o pai com bobagens e além do mais ele sabia o que tinha visto e que era uma ilusão de ótica, e o reflexo prateado do pássaro não poderia ser uma ilusão, foi muito real.

Durante todo este tempo, Gabriel permaneceu na esperança de ver novamente o pássaro, e em seu quarto, a noite, lembrou de desenvolver seu poder interior, ele tinha certeza de que existia esse poder porém não sabia como usá-lo, e muitas noites ficou brincando de lutas imaginarias com monstros, guerreiros e feiticeiros, e nestas brincadeiras ele tentava se esforçando para ver se seu corpo liberava alguma força sobre natural, algo mágico, mas nada acontecia, apenas cansaço e sono, assim ele dormia profundamente.

No colégio novo, demorou a fazer novos amigos, mas ele sabia como conquistar os colegas mais legais, Gabriel tinha uma imaginação muito fértil, e sempre chegava com uma historia nova para relatar na hora do intervalo, o que agradou a um grupinho de meninos sonhadores como Gabriel. Deste grupo dois meninos ficaram amigos dele, o Fabinho e o Davi, com as mesmas idades, ele no colégio eram inseparáveis, e apenas os dois acreditaram na historia do pássaro prateado, e quando eles iam a casa de Gabriel faziam questão de irem brincar na praça, o que se seguia era uma brincadeira de detetive a procura de pistas da existência do pássaro, e nunca encontraram nada.

Numa destas noites em seu quarto, Gabriel viu uma luz na direção da praça e logo pensou que poderia ser o pássaro prateado, correu a janela e viu entre os canteiros um pequeno ponto luminoso que se movia em direções variadas, uma hora parecia que a luz saltava, outro momento parecia voar, era um pássaro, e não era um pássaro qualquer, só poderia ser o prateado, depois de um tempo, o ponto luminoso sumiu entre as plantas, e Gabriel sentiu uma força incrível, não uma força física, mas uma força que parecia o impulsionar em direção a praça, em direção luz, sim parecia que o pássaro estava o chamando. Foi dormir tarde.

Pela manhã não esperou o café, correu a praça, foi aos canteiros onde tinha visto a luz, e para sua felicidade, encontrou debaixo de um pequeno arbusto algo brilhoso, e se esticando para pegar, notou que era uma pena, pequena e prateada, era a pena do pássaro, seus olhos brilharam e um sorriso de felicidade surgiu. Agora poderia mostrar ao pai, e provar que o pássaro prateado realmente existia, e que não era apenas uma ilusão de ótica. Ao atravessar a rua de volta para casa, viu seu pai saindo de carro para o trabalho e não teve como mostrar a pena. Como era um sábado, ele ficou a manhã toda no seu quarto admirando o grande achado. Seu corpo parecia mais leve, seus reflexos ficaram rápidos, a sua audição ficou mais apurada, seu intimo estava com uma incrível energia, e olhando pela janela, teve uma grande surpresa, o pássaro estava numa galha de uma arvore de frente para sua casa, parecia que estava olhando para ele, Gabriel sentiu um arrepio, sabia que estava sendo observado pelo pássaro, e novamente sentiu aquela mesma força que o chamava para ir de encontro ao pássaro.

Continua>>>>