cestinha de pequenos pertences
cestinha de pequenos pertences
25-05-91 16:15
ludimila recebe de mamãe uma pequena cesta e vai, contente, ao mercado comprar farinhas várias. na ponte, anaudematec poc ron - um tipo filósofo do lugar – intercepta-lhe a passagem e cheio de um vigoroso tédio (que é disfarçado numa provável sabedoria sobre assuntos rotineiros e levemente complicados) indaga (no que mais aparenta ser uma afirmação):
- ludi! levando porquinhos ao mercado?
ludimila espanta-se, pois os filósofos tem mesmo esse poder de espantar-nos.
- ah, não, não. são pequeninos vazios existenciais, que, como a nós serventia nenhuma tem, levamo-los ao mercadinho para trocá-los por probleminhas reais.
- ah! sim, claro! e se você, minha pequena ludi, tivesse aí maçãs, e elas fossem brancas, terias um grande valor, não é?
- sim... penso que sim... mas... é que... mamãe e eu somos viciadas em amido, ‘prisso’ frutas, para nós, são coisas que nos passam desapercebidas.
ludimila vai andando pensativa e tec ron imagina que ele é que lhe incutiu dúvidas, por isso, sorri satisfeito.
ludi pensa em quanta farinha trará com uma cestinha de maçãs brancas.