O Cavaleiro Solitário - Capítulo 6

Capítulo 6 - Superação! O orgulho de um mestre.

- Mestra, lembra-se do meu primeiro treino com você?

- Claro que lembro Lanna! Você foi quase um desastre total!

- Mas também, você deu-me um arco e eu nunca tinha usado um...

- A intenção era essa mesmo. Eu sabia que você tinha habilidade com espada, então queria ver até onde estendia sua capacidade.

- Mas acabei conseguindo disparar uma flecha aquele dia.

- É! Já faz um bom tempo, não é?

- Faz sim! Hoje já não te envergonho mais.

- Que isso Lanna, você me envergonha até hoje!

Lanna deu uma grande gargalhada!

- Só porque uso esse arco que você acha feio, é?

- É, só por isso!

Diana franziu a testa e fez um bico.

- Mas você é uma excelente aluna! Quase não comete erros! Só falta aprender a atirar flechas cavalgando!

- Mas...

- Mas nada! É por isso que estamos aqui – Falava enquanto passava a mão direita na barriga do cavalo – e hoje só vamos embora depois que você conseguir fazer todo o percurso.

- Tudo bem.

Diana estava montada numa égua grande e forte. Lanna estava montada num cavalo quase preto, nascido da égua que Diana montava e dado a ela como presente pelo aniversário de 12 anos. O cavalo, de nome Harpus, era obediente e fiel companheiro de Lanna, que era responsável por ele antes mesmo de ganhá-lo.

- Lanna, observe bem, pois como disse, hoje só vamos embora depois que você conseguir fazer todo o percurso.

Diana partiu montada, ganhando velocidade. Pegou o arco nas costas e puxou uma flecha de sua aljava que ficava estrategicamente posicionada atrás de seu ombro esquerdo. Firmou bem o arco e com a mão direita, puxou ao máximo a flecha, mirando num alvo improvisado em uma árvore. A flecha de Diana atravessou o alvo bem ao meio e logo em seguida, acertou uma segunda flecha logo abaixo da primeira. Diana continuou montada em velocidade, puxando mais flechas para outros dois alvos, que acertou com perfeição, duas flechas em cada. Por fim, jogou o arco para suas costas e puxou as duas espadas que carregava em sua cintura e, num movimento preciso, passando por entre dois troncos de madeira cada um com uma ameixa no topo, as cortou pela metade.

Após fazer o percurso, Diana parou bem próxima a Lanna, que havia descido de seu cavalo. Lanna preparava-se para montar novamente.

- Lanna, esse percurso está entre os menores que preparei para você, mas também está entre os mais difíceis, devido o posicionamento dos alvos. Ontem, passamos o dia todo aqui e você não conseguiu acertar todas as flechas. Hoje, acredito que você terminará o percurso.

- Sim mestra.

- Mas, no entanto, quero mais de você.

Lanna olhou espantada.

- O que mais você deseja de mim?

- Ao terminar o percurso, quero que o recomece imediatamente. Fará assim até obter sucesso em duas voltas.

- Entendido.

A manhã logo passou. Lanna estava acostumando-se muito rápido com duas voltas ao percurso e logo conseguiu as completar com sucesso. As ameixas sobre o tronco ficavam cortadas em quatro partes de tamanhos muito próximos, inclusive a semente. Após algumas voltas sem cometer erros, Diana interrompeu Lanna.

- Lanna, venha até aqui.

Lanna desceu de seu cavalo e caminhou até Diana, que estava sentada sob a sombra de uma pequena árvore.

- Você terminou muito rápido este percurso. Quando eu o criei para meu treinamento, levei dez dias para chegar até onde você chegou.

Lanna olhava Diana nos olhos. Não ficava espantada, pois Diana sempre a deixou ciente de seu potencial.

- Lanna, quero que você conclua mais um percurso que fiz há tempos atrás. Mas este você o fará sozinha.

- Como é esse percurso?

- Já o coloquei na tua cama, em baixo do seu travesseiro. A noite, veja as anotações e tente concluir o percurso.

- Entendido.

- Mais uma coisa: Não me peça auxílio, pois não poderei te ajudar com esta tarefa.

- Mas por quê?

- Porque eu não fui capaz de concluí-la.

Lanna balançou a cabeça positivamente e virou-se em direção ao seu cavalo.

- Vamos voltar Lanna, que estou com fome e não pretendo ficar sem almoço novamente.