O LOBO MAU DA ITÁLIA

(Segundo capítulo)


Republicação dedicada ao poeta Edson Gonçalves Ferreira



Mas ocorreu que no lugar onde o Francisco foi morar havia um lobo muito mau. Toda a região vivia apavorada com os ataques daquele lobo que matava e feria animais e pessoas. Ninguém mais saia de casa sem levar consigo uma arma, para defender-se da fera.

Ninguém conseguia matar o lobo, ele é que matava as pessoas.

Havia até quem acreditasse que o lobo era o capeta. As pessoas faziam o sinal da cruz quando falavam nele.

Toda a região da Umbria sabia que o Francisco conversava com os animais. Então, uma comissão de moradores do pequeno burgo de nome Gubbio, foi procurá-lo pra pedir sua ajuda.

Compadecido, San Francisco foi procurar o famigerado lobo mau. Alguns camponeses acompanharam de longe o encontro, pois queriam ver o que ia acontecer.

Francisco encontrou o terrível lobo que, ao ver o santo, abriu a boca enorme e rosnou ferozmente.

Francisco ignorou o rosnado e fez o sinal da cruz em direção do lobo.

Depois, se aproximando mais ainda, o chamou pra perto e disse assim:

_Vem até aqui, irmão lobo, eu te ordeno da parte de Jesus Cristo que tu não faças mal nem a mim nem a nenhuma pessoa!

No momento em que Francisco fez o sinal da santa cruz o terrível lobo fechou a bocarra e ficou parado e, em obediência à ordem de Francisco, veio mansamente como um carneiro, sentar-se aos pés de Francisco. O nome santo de Jesus foi a grande arma para amansar aquela fera. Sempre devemos clamar pelo nome daquEle que deu a vida para nos salvar. 

E Francisco continuou a lhe falar:

_ Irmão lobo, tu causastes muitos danos nesta região. Tu fizeste grandes malefícios ferindo e matando as criaturas de Deus, sem Sua licença. E não somente matastes e devorastes os animais, mas também matastes os homens feitos à imagem e semelhança de Deus; por isto tu és merecedor da forca como ladrão e homicida;

O povo grita e murmura contra ti e toda esta terra é tua inimiga.

Mas eu quero, irmão lobo, fazer as pazes entre ti e aqueles a quem ofendestes, desde que tu não lhes ofendas mais. E que eles perdoem suas passadas ofensas. Assim sendo, nem os homens, nem seus cachorros te perseguirão mais.


Continua...


(Hull de La Fuente)
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 29/03/2009
Código do texto: T1512074
Classificação de conteúdo: seguro