Saudade, apenas saudade.

Era como um espelho que ficava todo o tempo me mostrando as linhas das feições formadas a cada instante no meu rosto. Mas não era por acaso que aquilo tudo acontecia. Algo muito grande estava prestes a acontecer e fazer uma mudança significativa naquele mundo onde eu estava, sendo que, nem eu nem muito menos aquele espelho que tudo me mostrava, me dizia alguma coisa sobre. A cada hora que passava o medo gritava mais alto dentro da minha alma e tudo o que era fantasia, transformava-se em realidade como forma de deixar tudo, ainda mais, complexo. Ria algumas vezes de tudo aquilo que vinha acontecendo e chorava por algumas das lembranças que eu via se apagando de dentro da minha memória. Realmente eu não sabia nem o que, na verdade, sentir, pensar, sonhar e nem muito menos como agir.

Então, depressa, peguei novamente as minhas malas, coloquei o meu chapéu e comecei a andar contra o sol com esperança que a orientação de alguma coisa maior que minha insegurança me mostrasse algo novo, que pudesse me explicar as nascentes dessas aventuras que eu vinha vivendo. Mas quando chegava a noite e o sol já não mais me queimava eu me aquietava no meu canto, no meu quarto, no meu mundo e ficava pensando como eu ia dizer ao grande amor da minha vida onde eu estava depois de sua partida. Um jeito de lhe explicar como eu estava me sobressaindo daquilo tudo que a dor construiu antes de partir também. Aí, com isso, eu entendia que ainda queimava de saudade o meu peito e que não era o calor do sol que me orientava, mas as chamas da esperança de novamente encontrar a porta para chegar até os ouvidos do meu amor e contar-lhe que nada mudou e que mil aventuras não significam nada quando se espera um beijo apaixonado de alguém que se foi montado nos galopes do silêncio. Aí compreendi que aquilo, nada mais era do que saudade, apenas saudade.

Lucas Arruda
Enviado por Lucas Arruda em 08/07/2009
Código do texto: T1688371
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