Duplicidade de textos

Duplicidade de textos

Não tenho o hábito de repetir textos, mas já me aconteceu adiantar a publicação de alguns; por exemplo: quando fiz a 5ª edição das Notas Esparsas, iniciava o livro Rogimania. Num adiantamento, acrescentei às Notas, Girassóis, À Deriva e Rogimania. Evidentemente, foi uma maneira de compor melhor o final das Notas Esparsas, embora sabendo que num futuro, deveria retirar aqueles textos; como se fosse um empréstimo. Hoje os citados textos fazem parte deste livro, para o qual foram escritos; não há duplicidade de textos! Uma das coisas que mais reprovo nas publicações técnicas é a maneira pela qual os autores enriquecem seu currículo, analisando separadamente cada item de um trabalho; embora isso não desmereça quem assim procede, tira um pouco do brilho nas apresentações, como se fossem repetições, coisas requentadas.

Em vez de ficar dando explicações que ninguém pede, melhor seria falar das mulas-sem-cabeça e lobisomens, que deixaram de aparecer, graças ao progresso das cidades, com iluminação elétrica, às vezes, feérica. Essas entidades têm como habitat, principalmente, cidades do interior onde exista gado manso, cavalos de arreio e até ovelhas; a escuridão é absolutamente necessária, para que possam surgir e desaparecer, como um mistério a ser desvendado, que se torna impossível, pelo fato de não se conhecer pessoa de coragem suficiente para lhes obstar o caminho. Vocês acham que Lon Chaney, experiente ator de Hollywood, com toda sua sabedoria na arte de representar seria capaz de interpretar uma entidade, no caso o lobisomem, se não estivesse absolutamente certo de sua existência? Para que seriam feitas nas fábricas de armas e explosivos, as famosas balas de prata, únicas capazes de exterminar a fera homem? embora não tenha conhecido quem tenha sido responsável por esse tiro! Consta que Einstein conseguiu formular a Teoria da relatividade, após um encontro com um lobisomem; pelo menos é o que sua primeira esposa propagava, talvez aborrecida com o fato de não ter reconhecido seu trabalho junto ao marido, nos intermináveis cálculos que teve a incumbência de fazer, além da saudade que tinha do filho que foi obrigada a dar à adoção; os brutos também amam, assim como os gênios, cada qual à sua maneira.