No coração, tudo pode retroceder

“Se tiver que me esquecer, esqueça-me, mas bem devagar”.

Mês de março, de sol, de verão, foi neste clima que Matheus levou um fora, sua esposa decidira sair do casamento de apenas um ano.

Surpreendido pela decisão de Irene, ele não tinha a mínima idéia de como lidar com a situação. Esforçou-se para fortalecer os pés e continuar a caminhada. Meio sem chão e sem rumo, perambulou por bares, procurou por amigos, familiares, mas a dor não diminuía.

Convencido de que o trabalho o ajudaria neste processo passou a ficar mais tempo no escritório. Depois decidiu mudar de emprego, pois todos olhavam para ele com pena, e isso o deixava ainda mais abatido.

Após de alguns meses de vai e vem de conversas, de acertarem sobre a separação, a venda dos bens e tudo mais, Irene pediu para voltar, confessou que não suportava mais viver sem sua companhia, sem o seu amor.

Coração, órgão que alimenta o amor, a emoção, que dá sentido à vida. Músculo que tem a capacidade de fazer as mágoas passarem, serem esquecidos os desentendimentos, uniu novamente o casal.

Mais à frente veio o primeiro filho. Eles resolveram mudar de residência e de bairro, progrediram profissionalmente. Depois planejaram mais um filho, e juntos continuam enfrentando os desafios de uma relação matrimonial.

As crianças são alegres, emocionam e alinham a relação dos pais. Se não houvesse sentido, o esquecimento certamente se daria, mas o coração soube ouvir as vozes de amor.

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 08/10/2009
Reeditado em 08/10/2009
Código do texto: T1854745