Erro de cálculo

Peço-lhe desculpas, se por um erro de cálculo, talvez, por não saber expressar-me convenientemente, fiz juras de amor inconseqüentes. Tem toda razão de reclamar, e exigir de mim o que não lhe posso dar: uma vida a dois, eterna e que de tão eterna vare a eternidade! Você mesma já deve ter ouvido relatos semelhantes, de pessoas que por viverem uma emoção de momento, se perdem em conjecturas, buscando explicações e ilações, transformando um relacionamento simples, num caso complexo, com um nó difícil de desatar. Como fica difícil a partida... sabe-se como é constrangedor causar sofrimento a outra pessoa. Na realidade, os relacionamentos têm um advérbio de preferência: sempre! Embora, o não e o nunca estatisticamente predominem. Mesmo entre os famosos as coisas não se passam de maneira diferente, e o que é pior, sendo famosos, a mídia passa a explorar a separação com as publicações, aumentando o sofrimento. Peço-lhe desculpas, sem saber exatamente quantificar o sofrimento causado. Às vezes, não nos damos conta de que o sofrimento é muito grande levando, inclusive, a depressões reativas sérias. Lembro-me de um livro de um grande psicanalista radicado em Viena Igor Caruso (1914-1981) que escreveu o livro clássico - ”A Separação dos Amantes ( Die Trennung der Liebenden) em que trata do assunto de maneira magistral. Diga-se de passagem, que o livro na tradução para o português, há muitos anos, fugiu das prateleiras de livrarias. Por que seria? A pergunta seria muito boa para discussão acadêmica, não tivesse eu a necessidade de usar o tempo e o espaço pra pedir-lhe desculpas, se por um erro de cálculo, lhe fiz juras de amor inconseqüentes. De fato, nunca fui muito bom em matemática.