O ANO NOVO QUE NÃO CHEGOU...

Acostumado desde criança a fazer suas tentativas de mágicas. Acreditrava ser um mágico supremo, e isso lhe enchia vontade de continuar tentando não importando o que os outros diziam. Era só um menino, mas com os sonhos e fantasias do tamanho do mundo.

Certa vez, anunciou na vizinhança que faria o sol sumir. Ninguém acreditou em tal proeza como sempre. Mas por volta das 12hs viram o menino mágico sair pra rua com toda aquela parafernalha e admiraram-se quando o dia começou escurecer antes da hora. A noite chegou ao meio dia e durou alguns minutos.

Desta vez, o menino jurava que faria com que o ano novo não chegasse. As pessoas ao se lembrarem do que ele havia feito com o sol, amendrontaram-se com a idéia. Muitos saíram comentendo loucuras pelas ruas... Uns saíram gastando dinheiro adoidado, outros bebiam sem parar... Outros ainda passeavam pelas ruas tentando viver os últimos dias de suas vidas... Os apaixonados declaravam seu amor, com medo de que o mundo acabasse e eles nunca pudessem dizer. Uma coisa era visível: todos estavam fazendo o que sempre tiveram vontade de fazer.

O menino deleitava-se com toda aquela agitação. Sentia-se pleno!

No dia 31 de Dezembro, as pessoas já se perguntavam o que aconteceria com o ano novo. Seria um grande buraco negro no calendário? O que aconteceria com o mundo? Mas continuavam a extravasar seus desejos... Amaram-se... Perdoaram-se...

A meia noite se aproximava com uma rapidez incontrolável. Via-se algumas pessoas chorando desventuras passadas, outras se abraçando. E o menino estava lá: cheio de pose com suas varas e pós mágicos. Alguns chegaram a implorar para que ele não fizesse, mas nenhum acordo foi aceito.

Quando a meia noite chegou podia-se ouvir um som absurdamente estranho... Choros, risos, gritos mistos de prazer e agonia... Mas o menino sabia que a maioria das pessoas haviam realizado suas vontades nos últimos dias. Então sentou no galho de uma árvore bem alta e de lá obersevava tudo. Até que as pessoas se deram conta que havia passado já alguns minutos e nada havia contecido. Não havia um buraco negro no primeiro de Janeiro, nem mesmo eles haviam virado pó.

O menino de longe pensava: “Que tolos! Precisam da nótícia de um fim para correr atrás do que querem... mal sabem que ANO NOVO nunca chega porque simplesmente não existe... isso tudo é uma coisa inventada.

É só mais um dia depois do outro... como todos!

A diferença são N Ú M E R O S.”

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 30/12/2009
Reeditado em 05/01/2010
Código do texto: T2003036
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