O Jogo

Estávamos num domingo de março, em que o sol espreitava alegremente por trás das nuvens de um azul intenso, inundando de luz e calor todo o estádio.
As equipas estavam prestes a entrar no retângulo de jogo e as bancadas estavam a rebentar pelas costuras. Os adeptos de ambas as equipas vibravam intensamente devido à ansiedade provocada pelo encontro.
Os treinadores ultimavam a preparação para a entrada em campo das equipas: “Unhas de Fome” e “ Ventas de Fogo”
Nas bancadas pareciam pulular borboletas de tão coloridas que estavam, pois todos os adeptos usavam as cores dos seus clubes: azul e amarelo pelo “Ventas de Fogo” e vermelho e preto pelo “Unhas de Fome”.
As equipas entraram finalmente em campo e todo o estádio estremeceu numa onda de calor humano.
A primeira equipa a marcar foi o “Ventas de Fogo”, após a finalização de uma grande penalidade, que o “Unhas de Fome” contestou. Ali se entornou o caldo, com os adeptos a insultarem o árbitro e os jogadores a acalmarem-se uns aos outros. Felizmente a confusão passou… Mas quando um avançado do “Unhas de Fome” se preparava para rematar à baliza, entrou no relvado um cão, que fez com que o defesa do “Ventas de Fogo” tropeçasse e enfiasse a bola na própria baliza. Desta forma caricata, as duas equipas ficaram empatadas e os adeptos acabariam por sair do estádio, muito satisfeitos, pois a justiça fora reposta, por ironia do destino.
E o jogo terminou de forma satisfatória para toda a gente.



Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In “Muita Poesia e Pouca Prosa”




 
Lucibei
Enviado por Lucibei em 28/07/2006
Reeditado em 08/04/2022
Código do texto: T203647
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