Este texto faz parte de um laboratório  experimental para um projeto de contos de natureza fantasiosa, Algo que quero fazer para meu próprio divertimento e quem sabe de mais algumas pessoas. Quero dizer que isso é apenas uma experiência e que fatos e personagens aqui representadas são de minha louca fantasia.

 
HISTÓRIAS DE MEDO E DE FANTASMAS (PARTE I)



        
     E confortavelmente deitado no divã macio, Joe se sentia senhor de si. Sempre eloqüente, falava pelos cotovelos, disparava palavras e frases a todo o momento. Aquilo o deixava feliz, com uma sensação de poder. É verdade que existem pessoas mais afeiçoadas a ouvir do que falar, e isto era exatamente o caso do psicanalista que agora, o escutava pacientemente em suas sessões de análise quase diárias, recheadas de palavreados diversos. Eram frases atiradas, feito redes de pesca, aquelas que se usam para capturar peixes diversos em rios e mares, então o que caía era peixe, quem as escutava, poderia ser apanhado em suas idéias. O psicanalista, experiente, observava silenciosamente todo o desenrolar de todas aquelas falácias e já tinha um possível diagnóstico para aquele caso. Tratava-se de uma SVC (Síndrome do Velhaco Cretino). Era um comportamento já observado inúmeras vezes em outros indivíduos acompanhados por ele em sua clínica. Estes são extremamente dipolos, ou seja, podem variar em suas ações, indo de um comportamento escancarado do tipo que o mundo se dane, ou de uma forma sorrateira, silenciosa, como as investidas da coruja sobre suas presas quase sempre indefesas. Mas isso é cadeia alimentar. Sobrevivência. Joe tinha uma história diferente. Ele era beneficiado por um acontecimento natural da vida: a morte!
Ricardo Mascarenhas
Enviado por Ricardo Mascarenhas em 20/01/2010
Reeditado em 19/12/2020
Código do texto: T2040524
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.