Carnaval

O CARNAVAL DO ALTAMIRO

-Guardo ainda bem guardada a serpentina, que ela, jogou.

-Ela era uma bela colombina, e eu, um pobre pierrô

Assim cantava Altamiro, deitado na rede, debaixo de um alpendre coberto de flores de maracujá. Festejando com alegria o carnaval.

Havia chegado na cidade interiorana, na sexta feira, hospedando-se no sitio de seus tios.

No sábado à tarde, se arrumou, saiu de carro no entardecer, foi pro centro da pequena cidade. Na praça da matriz, encontrou amigos, alguns primos e conversa vai conversa vem, lembrou da infância ali decorrida; da primeira comunhão naquela igreja, e o curso primário na escola da paróquia.

Lucimara, uma morena, alta, muito bonita, se aproximou do grupo junto de duas amigas.

Altamiro ficou impressionado com tal beleza, logo depois de apresentados, pelos amigos, começaram a conversar, Lucimara disse que iria dançar o carnaval, no salão paroquial, Altamiro disse que também viera para passar ali carnaval e que gostaria de sentar numa mesa junto delas.

Às 23 horas começou a orquestra a tocar, todas as mesas estavam ocupadas, o palco com luzes mirabolantes, no bar bebidas servida a rodo, a fim de aplacar o calor.

Altamiro na mesa junto de Lucimara e as amigas, a convidou para dançar, ela aceitou o convite e com seu charme, seu perfume e sua graça encantou Altamiro, Lucimara em seu vestido vermelho esvoaçante, cabelos soltos, parecia uma dançarina espanhola.

As duas da manhã os dois foram ate o bar tomar um refresco, estavam enamorados, Altamiro pagou a conta, e voltaram para o salão.

As três e meia Lucimara se despediu e junto com as amigas se dirigiram para a saída do salão, Altamiro as acompanhou e no estacionamento, trocaram um longo beijo.

No domingo, Altamiro dormiu ate ao meio dia, tomou um longo banho, e foi almoçar com seus parentes na sala de visitas. Estava muito feliz, não tinha palavras para descrever tal felicidade.

Depois do almoço, foi ate a cidade, na esperança de encontrar Lucimara. Ficou algum tempo na praça, chupou um sorvete, conversou com velhos conhecidos, e a tardezinha voltou para o sitio, sem realizar seu intento.

À noite, comprou o ingresso e adentrou o salão sentando-se com amigos numa mesa perto do bar. A orquestra começou a tocar, o coração de Altamiro começou a bater mais forte, quando na porta as amigas de Lucimara adentraram o salão, Altamiro foi ao encontro delas, disseram que Lucimara estava no estacionamento o esperando.

Lucimara estava junto do carro dele, um costume deslumbrante enfeitava seu corpo, Altamiro se aproximou e lhe deu um longo beijo.

- Altamiro precisamos conversar, vamos dar um passeio.

- Lucimara eu te amo, faço o que você quiser.

- Eu percebi, mas, quero te conhecer melhor, vamos ate o lago, e lá conversaremos

- Você me guia ate lá, eu não conheço o caminho.

- Positivo.

E assim guiados pelo clarão da lua foram ate a beira do lago que refletia a luz das estrelas. Saíram do carro, sentaram na relva, e começaram a se olhar nos olhos.

Lucimara estava linda, seu perfume inebriava Altamiro.Depois de um longo beijo, começaram a conversar

- Então Altamiro gostou?

- Adorei, não sabia que tinha um lago tão lindo perto da cidade

- Eu sempre venho aqui com minhas amigas, e perto dessa arvore, fiz um dia um pedido, queria vir aqui com meu amado.

- O que você faz Altamiro?

- Sou gerente de uma agencia bancaria, e você?

- Que coincidência sou encarregada do departamento de cartões de credito de um banco também.

- Como você veio parar aqui?

- Meu avos e meus pais aqui se conheceram, meus avos eram espanhóis e meus pais vizinhos. Assim depois que se mudaram para São Paulo, meu pai foi trabalhar numa fabrica de chapéus e minha mãe numa loja de roupas, quando nasci, minha mãe parou de trabalhar, e meu pai abriu uma loja de chapéus e gravatas, daí fui crescendo, estudei e me formei em administração de empresas, estou nesse banco há quatro anos.

Assim cada um foi conhecendo o outro, depois foram ate a beira do lago, tiraram as roupas e adentraram a água gelada, depois de nadarem um pouco, se acariciaram, e juntos prometeram não mais se separarem.

As duas e meia adentraram o salão dançaram ate as três e meia, quando juntos de suas amigas Lucimara voltou para casa.

Altamiro estava comemorando com os amigos no bar, estava radiante, feliz, Lucimara com as amigas, voltando pra casa, também conversava animadamente.

Assim foi na segunda e na terça-feira gorda.

Na quarta-feira de cinzas quando acordou ao meio dia, Altamiro lembrou-se que tinha prometido voltar no período da tarde para trabalhar, em São Paulo.

Tomou seu banho reconfortante, se arrumou e depois de almoçar com seus parentes, colocou suas coisas no carro e deu partida, havia esquecido o radio ligado, e a bateria descarregou. Não quis incomodar seus velhos tios, e ligou para um eletricista da cidade.

- Alo

- A bateria de meu carro descarregou, eu preciso dar partida, pois estou de saída para São Paulo.

- O Sr. Esta de saída para São Paulo?

- Sim.

- Posso lhe pedir um favor?

- Claro.

- O senhor levaria minha sobrinha que também esta indo para São Paulo?

- Positivo.

- Já estou enviando-a juntamente com o mecânico que ira substituir a bateria.

Meia hora depois um Monza 96 adentrava a velha estrada de terra do sitio, o coração de Altamiro começou a bater mais forte quando viu os cabelos negros de sua amada Lucimara.

O mecânico fez os reparos e os dois partiram rumo a São Paulo, chegando somente na quinta pela manhã em seus locais de trabalho.

FIM

ANEZIO
Enviado por ANEZIO em 11/02/2010
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