Adroaldo, the Scotch fish

Adroaldo vivia nos rios da Irlanda. Sem saber como, nem porque, foi parar mais ao norte, em rio perto de uma destilaria de whiskey. Ali, estava ele feliz, pois os ares frios do norte agradavam-lhe a mente.

Mas é dura a vida pisciana. Logo, entra ele tubulação adentro na destilaria e acaba engarrafado em um recipiente de ”15 anos” de nobre título escocês: THE OLD FISH.

Como, afinal de contas, tudo também é liquido, não dá ele muita importância ao fato funesto. Mas, está para radicalmente mudar a vida de Adroaldo Peixe.

Embarcado é para um país Guarany. E mesmo antes de ali chegar, já sente o que o sol pode fazer em um corpo. Ele sua, mesmo estando dentro da amarelada cachaça.

Um belo dia vê-se em uma praia de areias brancas, dentro de um recipiente novo de vidro. Nota ele que, inadequado para beber tão decantada bebida. Mas, ali dentro da taça está o nobre Adroaldo, The old fish.

E alguém está prestes a bebê-lo, mas, vendo que ele não parece uma cereja, e que mesmo se assim o fosse, mais inadequada ainda seria a situação, coloca-o em um novo recipiente. Com água, agora. OW! Como fica feliz o Adroaldo! Água, novamente!

Mas...não é fria a água. O calor que sente, o arrasa! E mesmo como estar preso, enjaulado. Não se importaria, se a água fosse, ao menos, morna. A tristeza o torna um peixe mau, falador e totalmente fora de seu tempo e espaço.

Então um dia, alguém nota o quanto Adroaldo, The old fish é delicioso e pensa mesmo em degluti-lo. Esquenta a banha na panela e olha para ele, salivando. Adroaldo, já ali na tal água sentindo calor nojento, pensa: mais calor ainda? Não, eu não agüento!

Pega então, Adroaldo, um pulmão que tinha guardado imaginando que um dia, útil seria. E com ele faz um pequeno balão e foge para longe.

Algumas pessoas, colocam uma rolha da banha, para que essa não queime dentro da panela de frituras. Adroaldo, The old scotch fish, conseguiu pegar essa rolha e com ela fez uma pequena malinha. Ela vai agora, dentro do balão-pulmão em direção à sua amada Ulster. Vai coletando lembrancinhas aqui e ali e as guarda dentro da sua pequena malinha-rolha.

Chega um dia Adroaldo ao seu destino. Logo, tão bronzeado ficou, uma peixinha lhe coloca os olhos nas belas nadadeiras. Ela sim é mesmo escocesa, e assim, Adroaldo passa a ter algo sim, de escocês.

Não viveram felizes para sempre, mas, sempre foram felizes.

César Piscis
Enviado por César Piscis em 24/03/2010
Código do texto: T2156118
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