As Tribos de Relacionamento Moderno (Parte II)


Eram humanos, mas preferiram ser Cyberpersons, e se relacionarem numa modalidade muito comum, às modernas tribos de relacionamento, ' o cyberlove'.

Neste novo formato de amor, poderiam ser livres. Uma ilusão que construíram com requintes de realidade, até o momento que alguém da vida real, invadiu seu mundo, seu cyberworld, e aprisionou suas cyberwords…

Ela sentiu as ameaças, e das mudanças climáticas ele ficou refém. Emudeceu nas teclas que avistara, mas não poderá enunciar um último cyberscript. Parecia que nada poderia restabelecer a comunicação.

Só uma via ficou… Só a cyberwoman conseguia liberar suas cyberwords. Somente ela, digitava soluços e lamentos de saudades, na busca de restabelecer o que faltava para o entendimento, sem o qual amador e amada estavam a definhar…

Quando a falta parecia tomar conta de tudo, se foram as idéias claras e distintas… Mas ela insistia tentando captar o seu cyberman… Apesar da ausência de tantas letras, nos textos num contexto criptográfico, a emoção fluíra em cascata.

A cyberwoman sabia daquele cativeiro súbito, que engolira num só fluxo a liberdade. Mas insistindo em estabelecer novamente o contato, que daria novas cores aquele relacionamento, decide escrever uma carta, ao seu amor refém. Mesmo sem saber, se aquela missiva seria interceptada...

Meu querido
Parece não poder fazer nada, ou não se importa? Acho que se importa. 'prefiro pensar que você sempre pensa em mim', não apenas quando penso, que desejo que você pense em mim. Assim nunca esqueço de pensar em você, porque sei que você nunca esquece de pensar em mim… E nem preciso de apelos poéticos, musicais, como estes 'onde você estiver, não se esqueça de mim…'

Onde você estiver não se esqueça que eu… Eu não consigo deletar você da minha mente, da minha vida, nossa própria vida… Eu quero apenas estar viva dentro de você, e pensar junto, que sempre pensarmos um no outro.

Fazer coisas com você, tudo com você, sentir com você, sempre que algo faz falta, ou mesmo quando nada falta. Sempre que um de nós precisa, ou quando inventamos que precisamos somente para estabelecer esta conexão mágica, onde a energia que gastamos é apenas o amor, que nós geramos, e nós mesmos consumimos. Enquanto ela se faz, ela também nos consome. E neste consumir não nos enfraquece, pelo contrário, nos fortalece… Amar é super dieta energética.

Com isto quero lhe dizer, lembrar, que nosso lance era, e é, só pensamento, mente. Coisas do corpo não nos pertencem. Assim, éramos, somos, afinal, livres para nos relacionarmos com toda grandeza do nosso sentimento e de nossa alma. Por que as nossas mentes são nossos únicos espaços de liberdade.

No pensamento podemos ser o que quisermos, sem medo de sermos felizes. Um lugar onde ninguém entra ou sai se não permitirmos. Pensei que neste espaço seu e nosso, neste lugar eu e você estivéssemos seguros e poderíamos fazer o amor, numa experiência única com super poderes que só a nós seriam concedidos, apenas pelo mérito de muito amar.

Não sei onde o invasor encontrou as amarras da sua renúncia, não sei sequer se abdicamos, sem saber de nossos poderes. Tudo que sei é que nosso espaço mental, é nosso ninho de colo e aconchego. Ele não comporta reféns por muito tempo, porque se renova, se refaz na criatividade do ser que sendo humano, é sapiens, fonte inesgotável de criatividade e superação. E por esta via também poderemos afinal alçar nossos vôos, voe alto meu amor, venha me encontrar, já cheguei, já estou aqui… Em nosso wordside.

Ibernise
Indiara (Goiás/Brasil), 18ABR2010.
Núcleo Temático Romântico.

Ibernise
Enviado por Ibernise em 19/04/2010
Reeditado em 26/08/2013
Código do texto: T2206582
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