A filha do Diabo

Na época em que o Cristianismo entrou na moda e grande parte dos reis e imperadores, então pagãos, tornaram-se seguidores de Jesus e da palavra de Deus, surgiu o Diabo. Sim, finalmente o Diabo cresceu e foi amplamente divulgado pela Igreja Católica com formato e algumas atribuições emprestadas de deuses pagãos.

Eis que após ter sido projetado e se fortalecido dentro da mente temerosa dos cristãos e seu nome proferido pelos bispos e padres da Igreja Católica, o Diabo descobriu sua verdadeira identidade. Nada mais era do que um reles artifício da Igreja para esta manter sua supremacia como único caminho para se livrar dele.

Surgiu então a guerreira Adriana, cujo nome significa Filha do Diabo. Apesar de seu nome, ela era uma amazona pagã, pois sabia que seu pai havia sido criado à imagem e semelhança do Deus Cornífero, maior deus ao lado da Grande Mãe, cultuados nas religiões de magia e bruxaria desde os primórdios da humanidade.

Adriana, na condição de filha do próprio Demônio, possuía poderes terríveis, mas eram poderes naturais, que talvez um mago ou bruxo bem avançado pudesse chegar a ter. Esta guerreira era perseguida e temida por todos os cristãos, mas os pagãos a adoravam como se ela fosse uma autêntica deusa. Ela era a manifestação da ira do Diabo.

Nossa amazona liderava uma verdadeira legião pagã que seguia por algum ponto da Eurásia em busca de uma terra prometida pela Grande Mãe. Após uns quarenta meses de viagem e dura perseguição dos cristãos, a legião se deparou com um mar imenso. Os seguidores recearam ter seguido o caminho errado, mas Adriana sabia que a Lua, símbolo e manifestação da Grande Mãe, apontava para além-mar.

Porém, não se contava que uma grande tropa de guerreiros cristãos houvesse preparado uma emboscada para nossa heroína e seus seguidores. Mas no momento do grande confronto, Adriana mostrou seu grande poder. Aliada ao poder de atração do mar pela Lua, Adriana fez milhões de litros de água subirem incrivelmente pelo ar, abrindo um extenso caminho pelo qual os pagãos puderam passar.

Após a travessia, os cristãos que ainda os perseguiam foram submersos pela água suspensa, que abruptamente caiu sobre eles. E então os pagãos viveram em paz do outro lado do mar, que até os dias de hoje se chama Mar Adriático, em homenagem à nossa valente guerreira.