A segunda criação

A lenda por trás do conto

Enfadado da sua antiga criação Deus desceu dos céus finalmente.

O ser humano, imagem e semelhança do criador tornou-se infinitamente sábio, e procriou por toda a terra. Mas a despeito de todas as magníficas criações e descobertas do homem, pouco ou nenhuma delas foram empregadas de forma útil, o que fez com que toda a criação se degenerasse e o mundo fosse entregue nas mãos do caos.

Deus observou de perto cada um dos humanos restantes e carregou consigo 144 mil deles. Os justos, os benevolentes e os que usavam sua sabedoria para o bem do próximo.

Ficaram ainda sobre a terra alguns milhões de mortais, entregues ao desespero que eles mesmos haviam causado. Os mais torpes e vis dentre eles, Deus transformou em pedra e lançou-lhes no interior da terra, para que junto com seu ódio e ira, lá queimassem eternamente. Aos humanos que não eram como estes últimos, e nem como os primeiros, Deus permitiu que continuassem sobre a terra, mas modificou-lhes em alma, mente e corpo. Estes tornaram-se como os animais em corpo, mas em sua mente residia ainda alguma sabedoria de suas vidas como humanos. Foi-lhes ordenado que procriassem, se misturassem aos animais da antiga criação e ajudassem qualquer um que fosse capaz de se comunicar com eles. Só assim poderiam deixar a terra e seguir para junto do criador. Depois disto, com uma palavra, Deus remodelou a terra e lançou sobre ela alguns fios de seus cabelos.

Destes, nasceram a nova criação. Inicialmente eram 50 homens e 50 mulheres. Estes, Deus dividiu igualmente em dois clãs, os Mahar e os Marud. Os Mahar foram abençoados com o dom de falar com os espíritos dos 144 mil arrebatados da antiga criação e com personificações dos elementos da natureza e deles retirar a sabedoria para realizar maravilhas e ajudar uns aos outros. Aos Marud foi dado o dom de conversar com os animais e deles retirar sabedoria e força para realização de tudo que lhes fosse conveniente. Ao mais sábio de cada um dos clãs Deus entregou uma placa de basalto negro com inscrições dos mandamentos que havia dado à antiga criação e no verso da placas inscreveu.

Aos Mahar concedo o dom de conversar com os espíritos que existem sobre a terra para que sob sua tutela estes se tornem sábios e procriem por toda a terra

Aos Marud concedo o dom de conversar com os animais e destes retirar a sabedoria e a habilidade necessária para fazer tudo o que lhes for conveniente segundo seu modo de vida

Aos filhos gerados de um Marud e um Mahar não concedo nenhum dos dons anteriores, pois estes encontrarão a sabedoria dentro de si mesmos.

Não deverá haver distinção entre Marud e Mahar e a minha lei se aplica igualmente a ambos .

Tendo entregue as duas placas, Deus abençoou sua nova criação e alertou-os que não interferiria em suas vidas por um período de mil anos quando então retornaria para julgar as ações de todos os descendentes, vivos ou mortos, dos dois clãs. E sendo assim partiu com um lampejo de luz prata para o mais longínquo ponto do céu.

Capitulo 1

Arod suspirava de ansiedade enquanto lamentava aquela espera interminável. O jovem de 16 anos andou ao redor da velha mesa de carvalho pela décima terceira vez pelas contas de seu meio irmão, Marú, que o acompanhava. Os dois estavam ali esperando a aprovação do patriarca de sua tribo para cruzar o rio Hiav em direção à terra dos Mahar. Arod esperava receber a aprovação do patriarca para ir em busca de seus parentes Mahari, coisa que seu pai sempre impedira. Agora com sua maioridade, Arod não teria mais impedimentos para faze-lo. Marú seguia o irmão aonde quer que este fosse e apesar do tratamento nem sempre fraternal que recebia, idolatrava a figura do irmão tido por ele como a única pessoa em quem podia confiar.

Arod havia nascido no ano 830 após a grande cisma que dividiu o mundo entre os Mahari e Marudi. Vivia junto com seu irmão e sua madrasta Esther, próximo ao rio Hiav, no vale salgado, divisa entre as terras dos dois clãs. O Vale salgado por sua localização fronteiriça era uma terra habitada tanto pelo povo Marud quanto pelo povo Mahar e onde frequentemente famílias eram constituídas pela união de indivíduos dos dois povos. A família de Arod havia sido um exemplo deste tipo de união. Seu pai, Tangil havia casado-se com uma Mahari de alta estirpe chamada Estela. Esta união não tinha sido vista com bons olhos pela família da Mahari que fora expulsa de casa e viera morar com Tangil no vale salgado. Estela morrera ao dar a luz a Arod e Tangil se apressou em encontrar uma nova esposa que pudesse ajudar na criação de seu filho e assim casou-se novamente e desta união nasceu Marú. Durante as guerras contra os “sem-tribo” em que os Marudi expulsaram um grande exercito de proscritos que invadiam o vale salgado, Tangil veio a falecer e seu irmão Falgard assumiu a responsabilidade pela criação de seus filhos e pela segurança de sua esposa. Quando da morte de seu pai Arod contava com 10 anos apenas, mas mantinha viva em sua memória a imagem do pai até o presente dia.

Arod e sua família possuíam uma casa bastante ampla e em boas condições. Viviam do comercio de animais administrado por Falgard que não tinha esposa ou filhos. Era desejo de Falgard que Arod assumisse uma caravana entre o vale salgado e Kark, a maior cidade do sul. Arod sempre impôs resistência ao desejo do tio. O jovem ansiava pelo dia em que poderia rumar para o norte, para a terra dos Mahari. E com este pensamento que ele havia ido ao templo no dia de seu 16º aniversário.

Marú havia começado a tagarelar sobre a proximidade do inverno e a necessidade dos dois reunirem os suprimentos necessários para a viagem quando Arod o interrompeu.

“Silêncio! Ratazana. Ele está vindo.”

Marú aquietou-se e aguçou os ouvidos e pode ouvir os passos do ancião se aproximando.

Arod se adiantou e esperou o velho diante do corredor que levava para o interior do templo. Arquejante, Garjill, o patriarca se postou diante do garoto e falou pausadamente.

“O conselho da aldeia deliberou que você, Arod, Filho de Tangil dos Marud e Estela dos Mahar tem o direito de deixar nossas terras e ir em busca dos seus nas terras Mahari. No entanto não deverá ir acompanhado do seu irmão Marú que deverá ficar aqui até ser considerado um homem, o que se dará no próximo ano.”

O jovem Arod sentiu um arrepio percorrer o seu corpo e uma excitação que nunca havia sentido em toda sua vida. Ele nem sequer ouviu o suspiro de desapontamento do seu irmão logo atrás de si. Marú estranhamente não questionou o ancião. Simplesmente saiu com um salto pela janela e desapareceu por trás da vegetação.

O ancião, ignorando a atitude do jovem, pigarreou de forma que Arod voltou a dirigir sua atenção a ele.

- Peço que você siga por este corredor até o salão ritual- Disse o ancião - lá você deve se despir e aguardar que o sacerdote o chame. -

Tendo dito estas palavras Garjill deixou o salão onde conversavam com destino ao exterior e Arod seguiu pelo escuro corredor até a sala onde se procediam os rituais da tribo.

O salão era extenso e escuro, sendo apenas bem iluminado no centro que recebia luz do exterior por uma abertura no teto. O sol já andava alto no céu de forma que a luminosidade formava praticamente um ângulo reto com o chão e iluminava apenas um tanque de água no chão. Um sacerdote esperava por Arod a beira da piscina ritual. O jovem sabia que assim como ele, o sacerdote era um mestiço, nem Mahari, nem Marudi.

O homem então sussurrou algumas palavras em um idioma que Arod não reconheceu e com um pincel e tinta negra, desenhou no seu peito e nas suas costas os símbolos dos dois clãs. No peito o símbolo dos Marud, um olho em fenda, e nas costas o símbolo dos Mahari, a representação de uma chama.

“Você agora deve entrar na piscina como uma criança, deve despir-se de todos os pensamentos infantis, deve deixar na água os seus medos e as brincadeiras. Assim sairá dela como um homem”

Arod com os olhos fechados imergiu na água e sentiu as palavras do sacerdote penetrarem seus ouvidos e invadirem sua mente. Ele sentiu a plenitude daqueles dizeres, sentiu-se esvair todos os seus temores de criança e quando se reergueu e tomou o ar em seus pulmões novamente, ele já não era mais uma criança. Agora ele carregaria o nome de seu pai junto com o seu. Ele era Arod, filho de Tengil do Vale salgado.

Ao sair da piscina Arod foi recebido pelo sacerdote com as seguintes palavras

“Estas foram as armas que seu pai usava quando morreu, e estas serão suas armas, que você deverá passar a seu primogênito ou qualquer um que julgue no direito de usá-las. Você é agora um homem”

Por um tempo Arod hesitou diante das armas que recebia, algo como um pressentimento invadiu-lhe a mente de que ele logo precisaria usar tanto a espada quanto o arco para preservar a sua vida.

Ele as recebeu e vestiu-se. Silenciosamente ele andou por toda a extensão do templo até o cemitério que se localizava logo atrás.

Sentado diante do túmulo de seu pai, Arod viu a tarde inteira passar e tentou imaginar o que faria ao por os pés nas terras dos Mahari, e o que faria ao encontrar os parentes de sua mãe. Pensou que apesar de estar contrariando os desejos de seu pai estava fazendo o que achava certo, mas nada daquilo o confortava. Sempre em sua mente ouvia a voz Tangil dizendo para nunca cruzar o rio Hiav em direção norte.

Ao retornar a casa, viu que Marú o esperava na soleira da porta cercado por uma dúzia de ratazanas. Arod podia sentir o cheiro do jantar e pela primeira vez no dia sentiu fome. O jovem passou pelo irmão e entrou sem dizer uma palavra. Esther assobiava enquanto fazia o jantar e ao percebê-lo parou e olhou o jovem de cima a baixo.

“Seu pai estaria orgulhoso de você agora Arod. És um homem, e em pouco tempo poderás assumir sua própria caravana”

Arod resmungou e sentou-se na beirada da janela.

“Você sabe que eu não desejo isso, Falgard também deveria parar de querer decidir meu destino por mim. Ele já deveria saber que eu desejo ir para o norte, seja lá o que me espera naquelas terras!”

Esther, contrariada, deixou o garoto falando sozinho na sala e se embrenhou na cozinha. Ela não gostava de ser contrariada e agora Arod não mais lhe devia nenhuma satisfação do que fazia. Isso a incomodava bastante, mas de uma forma ou de outra o garoto deixaria aquela casa em breve.

Marú se aproximou do irmão tão logo sua mãe o tinha deixado o cômodo. O jovem estava sujo e com uma aparência de cansado o que incomodava bastante o irmão mais velho. Arod fingia não notar a presença do outro, mas desistiu de jogar aquele jogo que sabia que não podia vencer. Marú queria algo e ele só o deixaria em paz quando isto lhe fosse dado.

Sem sequer ouvir uma palavra do outro, Arod desafivelou o seu cinto e entregou-o ao irmão mais novo. Nele estava embainhada uma adaga que Arod usava desde que seu pai tinha morrido.

“Você já sabe ratazana, ela é sua. Só não vá se meter em confusão só por quê tem como se defender agora.” Arod falou com sua voz arrastada tentando não sorrir enquanto presenteava o irmão mais novo.

Marú vestiu o cinto logo que o recebeu e sacou a adaga brilhante.

“há-há... eu prometo que não vou fazer besteira Ar! Prometo! Vou mostrar a Falgard que sou capaz de ter uma caravana só para mim. Você vai ver.”

Estas palavras confortaram Arod, que havia pensando que o irmão o seguiria a despeito da decisão dos anciões da aldeia.

Esther, assim como seu pai era Marudi, o que fazia de Marú um sangue puro.

No dia do seu nascimento, ele havia recebido em seu berço uma ratazana, e recebeu muitos dos dons associados a esse animal. Marú nunca havia adoecido, tinha os passos silenciosos, e uma audição privilegiada. O que poucos sabiam é que ele podia se contorcer e passar por qualquer espaço onde sua cabeça podia passar e podia escalar paredes com soberba facilidade. Geralmente, os Marudi abençoados por animais de baixa estirpe são mal vistos dentre a sociedade, o que de certa forma acontecia com Marú. No entanto o garoto não dava a mínima atenção para as piadas dos outros jovens. Ele gostava de ser subestimado, por que assim considerava-se sempre em vantagem.

O que era segredo para todas as pessoas do vilarejo, menos para Arod e para seu falecido pai é que apesar de mestiço o jovem havia recebido um animal em seu berço no dia do seu nascimento. E que assim como qualquer Marudi, havia recebido dons deste animal. Arod era o melhor arqueiro do vilarejo, pois tinha uma visão aguçadissima. Era de uma agilidade pouco vista entre os mestiços e sem dúvidas era o mais veloz daquela região. Por isso tudo ele era tido como um garoto fora do comum e muitas vezes tratado com desconfiança. Arod havia recebido em seu berço uma grande águia. O mesmo animal recebido por todos os primogênitos de sua família. Indubitavelmente ele era filho de Tangil.

Os dois ali, juntos, por um bom tempo ao calor da lareira crepitante conversaram sobre como Arod faria sua viagem rumo ao pouco conhecido norte em busca das origens que ele não conhecia. Toda a imensidão e as planícies repletas de espíritos que os Marudi temiam por não compreender, o povo hostil que só os recebia por imposição da lei do Deus que temiam. As guerras há muito tempo havia acabado entre o povo de Marud e Mahar, mas as cicatrizes ainda estavam bem vivas, e os ataques cada vez mais recentes de salteadores sem clã faziam ambos os lados hostilizarem ainda mais os mestiços. Arod não temia nada disso, algo ao norte exercia um poder de fascinação maior do que qualquer medo. Em suas mãos ele tinha a espada e o arco de seu pai, e também tinha mapas do norte confeccionados por sua mãe, assim como a armadura que pertenceu ao irmão de sua mãe, um grande guerreiro entre os Mahari.

Depois de muito tempo Arod e Marú combinaram que deixariam o vilarejo no mesmo dia. Arod seguiria para o norte e Marú tomaria o rumo inverso seguindo com a caravana que seria destinada a Arod para o sul. Tudo isso em dois dias, antes do retorno do seu tio. O mais jovem já havia providenciado os suprimentos necessários para ambos, restaria apenas a Arod negociar a travessia para o sul com o administrador das terras do marquês do Vale salgado. A única ponte dava acesso às terras do norte em 15 dias de viagem tanto para leste quanto para oeste ficava nas terras do marquês e o acesso era bastante dificultado aos que não tinham um objetivo definido ou não estava nas graças do nobre. Tudo isto deveria ser visto com bastante cuidado evitar um gasto desnecessário, já que Arod não dispunha de grande soma em dinheiro para sua viagem. Ficou combinado que os dois iriam as terras do marques no dia seguinte e que a negociação ficaria a cargo do mais velho enquanto o mais novo apenas observaria.

Esther observou a conversa de longe, como Falgard a havia instruído. Marú sabia que estava sendo observado pela mãe, mas nada disse ao irmão e fingiu que não percebia nada daquilo.

Tão logo o dia amanheceu os dois irmãos tomaram o rumo das terras do marquês. Arod vestido agora como adulto era seguido de perto pelo irmão que havia acordado com um bom humor fora do comum. Marú cumprimentava todos que passavam por eles pelo caminho e tagarelava de forma inquietante sobre os detalhes financeiros da caravana que iria assumir. Aquilo tudo deixava Arod irritadíssimo, mas ele não ousaria censurar o irmão naquele momento, pois sabia que Marú de mau humor podia ser uma companhia ainda pior.

Os dois cavalgaram a manhã inteira e chegaram à fortaleza quando o sol estava quase a pino. Podia-se ver ao longe a ponte sobre o grande rio, protegida dos dois lados por torres de observação e uma guarnição de soldados. Ao se aproximarem da paliçada Marú silenciou e olhou para Arod esperando que ele tomasse alguma atitude. Um homem de meia idade sentado em frente ao portão de madeira fumava um cachimbo que exalava um cheiro terrível. Arod desceu de seu cavalo e ficou diante do guarda.

“Meu nome é Arod, filho de Tangil do vale salgado, e este é meu irmão, Marú. Viemos aqui para negociar a travessia da ponte”

O homem olhou fundo nos olhos de Arod e deixou o cachimbo de lado. Ele media a figura de Arod, avaliando-o. O homem havia conhecido o pai do garoto, pois já haviam combatido juntos durante a ultima invasão dos salteadores ao vale salgado.

“Boa tarde meu jovem. Eu sou Aliud, da guarda. Se é autorização para a travessia que procura você está no lugar certo, mas me pergunto, com que intenção você deseja cruzar a fronteira. Pode ser perigoso. E um garoto da sua idade deveria ter outras preocupações em mente.”

- O motivo da minha viagem não é segredo para ninguém. Vou em busca dos meus parentes Mahari a quem nunca conheci. Já tenho idade para escolher os meus próprios caminhos e não cabe a ninguém além de mim decidir que preocupações devo ter em mente - Resmungou Arod para o guarda.

Marú podia sentir a tensão em seu irmão e achou que a qualquer momento ele podia estragar tudo, desceu do cavalo e sorriu para o guarda.

- Bem Sr. Aliud, vamos negociar um bom preço para a travessia do meu irmão. As motivações dele não importam. O que importa é que o preço seja pago ao Marquês não é? – Marú falava num tom alegre tentando atrair a atenção do homem para si.

- Não exatamente, meu jovem, - disse o guarda enquanto acendia novamente o cachimbo. - Não queremos problemas por deixar qualquer um entrar na terra dos Mahari. Mas o preço para a travessia do seu irmão será de 10 moedas de prata pagas agora ou durante a travessia. Ele poderá trazer consigo apenas um cavalo e suprimentos básicos. Nada de carroças ou mercadorias para venda, pois o comercio com o norte está proibido até o fim do inverno. -

Arod olhou para Marú como se concordasse com os termos do guarda e voltou até o seu cavalo. Marú sorriu e imitou o irmão

- Amanhã pela manha ele fará a travessia Sr. Aliud – Disse Marú enquanto subia no cavalo. - E perdoe o mau humor de meu irmão. Ele fica intratável em dias quentes como este.

Arod sorriu para Marú e fustigou seu cavalo, disparando na frente do irmão. Este entendendo que fora desafiado partiu logo atrás.

Capitulo 2 – Deixando a casa

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 24/05/2010
Código do texto: T2277671
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